O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), apresentou nesta terça-feira, 2, uma proposta para reestruturação de uma área com aproximadamente 290 mil metros quadrados na região da Vila Leopoldina, na zona oeste da capital. O terreno é privado e está ao lado da Ceagesp. Um projeto será elaborado pelos proponentes neste semestre. A expectativa da Prefeitura é aprovar até o final do ano.

Os proponentes são o grupo Votorantim – proprietário do terreno – e o Instituto de Urbanismo e de Estudos para a Metrópole (URBEM), que protocolaram uma Manifestação de Interesse Privado na última sexta-feira. O objetivo é fazer uso do terreno conforme o Projeto de Intervenção Urbana (PIU).

Marco regulatório previsto no Plano Diretor Estratégico, o PIU permite que empresas solicitem autorização para realizar estudos e proponham projetos de interesse público, fazendo uso misto da área. A Prefeitura aceitou e autorizou a manifestação dos grupos. A proposta agora segue por 20 dias para consulta pública. As empresas terão outros 120 dias para elaboração do projeto, que será analisado até o fim do ano.

Um dos critérios para ser PIU é a inclusão de áreas que gerem emprego e garantam moradia à população da região. O terreno, que pertence ao Grupo Votorantim, possui duas quadras com cerca de 110 mil metros quadrados com prédios industriais em processo de desativação.

Ceagesp

Apesar de o prefeito ter descartado relação direta entre a autorização para construção do empreendimento e a retirada da Ceagesp do local, a área se localiza em uma região que tem passado por transformações urbanísticas. Em 13 de julho, a Prefeitura já havia recebido uma proposta de produtores e comerciantes para a criação de uma alternativa ao entreposto.

O novo armazém, sob administração privada, ficaria em um terreno particular de 4 milhões de m² em Perus, na zona norte da capital, com investimento de R$ 5 bilhões.

A busca por um novo espaço para as atividades da Ceagesp vem sendo feita desde o ano passado, após convênio firmado entre o governo federal e a Prefeitura. O entendimento é que o equipamento provoca grande congestionamento na região – são pelo menos 14 mil veículos trafegando diariamente -, além de poluição.