ROMA, 19 MAR (ANSA) – Após o governo italiano ter aprovado um decreto que abre caminho para reestatização da Alitalia, um dos maiores grupos de tecnologia da informação do país manifestou seu interesse em assumir a companhia aérea.   

A carta foi enviada à administração extraordinária da Alitalia antes de 18 de março, quando terminou o prazo dado pelo governo, e diz que a operação envolveria um consórcio com outras empresas do setor de TI.   

“A decisão é motivada pela vontade de levar nossa contribuição e consolidada experiência em competências digitais para um amplo projeto de retomada do turismo e do ‘made in Italy'”, diz um comunicado da Almaviva, que foi fundada em 2005, tem sede em Roma e faturamento anual de mais de 800 milhões de euros.   

Segundo a companhia, o objetivo é criar um plano estratégico para “valorizar” a Alitalia, caracterizado por uma “completa digitalização da gestão dos serviços” e pela “promoção do turismo e do patrimônio cultural italiano”.   

Em declaração à ANSA, o presidente da Almaviva, Alberto Tripi, afirmou que, “se a ideia for factível, não será difícil encontrar o dinheiro”.   

Decreto – Na última quarta (18), o governo da Itália publicou um decreto que abre caminho para a reestatização da Alitalia, maior companhia aérea do país e que está sob intervenção pública desde maio de 2017. O texto destina até 500 milhões de euros apenas em 2020 para socorrer o setor aéreo dos efeitos da epidemia de coronavírus e, entre outras coisas, autoriza a “constituição de uma nova sociedade inteiramente controlada pelo Ministério da Economia e das Finanças” para assumir a Alitalia. Ex-companhia de bandeira, a empresa é controlada hoje pela holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), com 51% das ações, e pelo grupo árabe Etihad Airways, com 49%, mas sua administração está a cargo do governo há quase três anos por causa de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência. A possibilidade de reestatização foi oficializada após a União Europeia ter flexibilizado as regras para ajudas estatais a companhias privadas, como forma de combater os efeitos do novo coronavírus na economia. A Alitalia emprega mais de 11 mil pessoas e é considerada estratégica pelo governo, que tem utilizado seus aviões para repatriar cidadãos bloqueados no exterior pela pandemia. (ANSA)