Grupo de líderes políticos ‘The Elders’ denuncia ‘genocídio’ em Gaza

Um grupo de ex-estadistas chamado “The Elders” (os anciões, em inglês) denunciou nesta terça-feira (12) que um “genocídio” está sendo cometido em Gaza e condenou a “obstrução deliberada por Israel da entrada de ajuda humanitária” no território palestino.

“O que vimos e ouvimos reforça nossa convicção pessoal de que não há apenas uma fome em curso, causada pelo homem, em Gaza. Há um genocídio em curso”, afirma um comunicado do grupo fundado em 2007 pelo sul-africano Nelson Mandela, que morreu em 2013.

O grupo, com sede em Londres, conta entre seus membros com o sul-coreano Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU, e os ex-presidentes do México e da Colômbia, Ernesto Zedillo e Juan Manuel Santos.

“The Elders” fazem um apelo a Israel para que “abra imediatamente todos os pontos de passagem fronteiriços” para o território palestino, incluindo o de Rafah.

“A Convenção de 1948 sobre o genocídio foi criada após o Holocausto para impedir que este crime se repetisse. Mas está sendo burlada em palavras e atos por Israel em Gaza, assim como por poderosos Estados-membros da ONU que não exigem explicações das autoridades israelenses”, acrescenta o grupo.

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando morreram 1.219 israelenses, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, Israel iniciou uma ampla ofensiva militar em Gaza.

Os ataques do Exército israelense em Gaza provocaram mais de 61.400 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Em seu comunicado, “The Elders” também fazem um apelo ao Hamas para “libertar imediatamente todos os reféns israelenses” que ainda mantém em Gaza.

Dos 251 reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, 49 permanecem retidos em Gaza, dos quais 27 morreram, segundo o Exército israelense.

“Pedimos a Israel e ao Hamas que retomem as negociações para um cessar-fogo e para alcançar um acordo”, insistem “The Elders”.

O grupo de personalidades internacionais também pede aos governos que imponham “sanções específicas” contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e contra “todos os membros de seu gabinete de segurança”.

“The Elders” celebram em seu comunicado a iniciativa de vários países, entre eles França e Austrália, de reconhecer um Estado Palestino em breve.

O grupo também fez um apelo para o fim da venda de armas a Israel e pede que a União Europeia (UE) suspenda seu acordo de associação com o país.

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