Um grupo de especialistas das Nações Unidas alertou, nesta sexta-feira (27), sobre o racismo “estrutural, institucional e sistêmico” no Reino Unido, onde a população com raízes africanas tem tido “seus direitos fundamentais deteriorados”.

“Estamos preocupados com a impunidade e as disparidades raciais na Justiça criminal, as mortes durante prisões policiais (…) e as práticas desumanizadoras” da polícia, denunciou o grupo.

“A última década de medidas de austeridade acentuou o racismo e a intolerância sofrida pela população afrodescendente” no território britânico, acrescentou.

Os especialistas fizeram este alerta após uma viagem recente a Londres, Birmingham, Manchester e Bristol.

O Grupo de Trabalho de Especialistas sobre Afrodescendentes, como são chamados, foi nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas não fala em nome das Nações Unidas.

Além disso, alertou que a população negra sofre, em particular, com a deterioração dos serviços públicos e que, no setor privado, as discriminações raciais persistem.

“Os comportamentos racistas contra a população afrodescendente se mantêm inalterados e são similares nos diferentes territórios do Reino Unido”, insistiu.

As pessoas negras “são vítimas e não se veem protegidas, de forma efetiva, pelas autoridades e pelo sistema judiciário”, lamentou.

Um relatório da Universidade de Manchester e de um conceituado advogado britânico já havia advertido em outubro sobre o “racismo institucional” nos sistemas judiciários da Inglaterra e do País de Gales.

Em setembro, o grupo disse que apresentará suas recomendações ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.