Um grupo de 246 migrantes centro-americanos, venezuelanos e haitianos foi detido pelas autoridades no final de semana passado durante fiscalizações realizadas nos arredores de um terminal rodoviário na Cidade do México, informou o governo nesta segunda-feira (13).

De acordo com um comunicado do Instituto Nacional de Migração (INM), trata-se de “192 pessoas adultas e 54 menores de idade”, embora ainda não se saiba o número exato de cada nacionalidade.

As operações começaram na sexta-feira (10), nos arredores do terminal de ônibus que vão em direção ao norte do país, onde é comum ver migrantes dormindo nas ruas para economizar com o objetivo de cruzar a fronteira com os Estados Unidos.

“As pessoas migrantes maiores de idade foram levadas a diferentes estações migratórias para iniciar o procedimento administrativo correspondente”, acrescentou a nota, informando ainda que os menores de idade e suas famílias foram direcionados a abrigos públicos.

Questionado sobre as operações, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou em uma coletiva de imprensa que desconhecia as circunstâncias, mas que seu governo está “protegendo os migrantes e garantindo que os direitos humanos não sejam violados”.

A ministra das Relações Exteriores, Alicia Bárcena, garantiu que inúmeros migrantes pediram assistência às autoridades para serem levados a abrigos ou ao sul do país, onde se encontra a maior parte dos escritórios para solicitação de asilo.

Milhares de pessoas sem documentos viajam por diferentes partes do México a caminho da fronteira com os Estados Unidos para pedir refúgio, alegando que estão fugindo da violência ou da pobreza em seus países. Contudo, as medidas para conter a migração irregular foram recentemente reforçadas.

Em setembro, um grupo de trabalho da ONU sobre a questão informou que no primeiro semestre do ano, o México teve mais de 240 mil migrantes, incluindo crianças.

No final de semana, uma caravana com milhares de pessoas que havia partido dias antes de Tapachula, na fronteira com a Guatemala, se desintegrou ao passar pelo estado de Chiapas (sul).

Aqueles que estavam sem documentação bloquearam uma rodovia para exigir permissão de trânsito pelo México e atenção especial para famílias e menores de idade.

Posteriormente, reabriram as estradas e dispersaram a caravana depois de cerca de 500 pessoas, na maioria mulheres e menores, terem sido transferidas para abrigos, informou a organização Pueblo sin Fronteras.

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