Grupos de religiosos fizeram atos neste domingo (16) em frente ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), em Recife, onde a menina de 10 anos estuprada pelo tio no Espírito Santo fez um aborto.

O médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, responsável pelo procedimento de interrupção da gestação, foi recebido aos gritos de “assassino” pelos manifestantes. Eles fizeram uma espécie de barreira humana na frente do Cisam para tentar impedir a entrada do profissional.

O grupo anti-aborto foi até o local após a blogueira Sara Winter divulgar nas redes sociais o nome da criança e o hospital onde ela se encontra. Apesar dos atos, a coordenadora de enfermagem do Cisam, Maria Benita Spinelli, afirmou que a menina não teve conhecimento sobre o que acontecia do lado de fora.

“Dentro da maternidade, em alguns momentos, a gente escutava alguns ruídos lá de fora [dos protestos], mas conseguimos manter a menina fora e alheia ao que estava acontecendo lá. A gente sabia o que era, mas no nosso espaço estávamos cuidando dela. Fazendo o procedimento acontecer, explicando a ela direitinho. Para que ela se sentisse acolhida e segura com quem estava ali com ela”, disse Benita ao Estadão.

De acordo com o hospital, o procedimento de interrupção da gravidez será concluído nesta segunda-feira (17). Olímpio disse ainda que a menina está bem. “Ela está bem, com apoio psicológico, assistência social e a avó. Está tendo algumas contrações, cólicas, mas está bem”, afirmou.