LISBOA, 11 DEZ (ANSA) – Duas das maiores centrais sindicais de Portugal, CGTP e UGT, convocaram ainda na quarta-feira (10) a maior greve nacional já registrada em mais de dez anos. A paralisação se dá em protesto contra a reforma trabalhista do governo, afetando diversos serviços pelo país. Apesar do caos, mais da metade dos portugueses apoiam a paralisação.
Nas primeiras horas desta quinta-feira (11) centenas de voos foram cancelados em diversas cidades. Trens e metrôs também tiveram boa parte de seus serviços suspensos, deixando vazias as principais estações no Porto e em Lisboa.
A greve também afetou tribunais, escolas, universidades e a coleta de lixo. No caso de hospitais, apenas os casos urgentes prosseguem sem interrupções.
Os sindicatos criticam a nova lei trabalhista proposta pelo primeiro-ministro de direita, Luís Montenegro, que traz mais de 100 medidas com o objetivo de “estimular o crescimento econômico e pagar melhores salários”.
Entre os pontos questionados pelas associações estão a obrigatoriedade de 150 horas extras obrigatórias por ano, que podem ser impostas unilateralmente pela empresa; o aumento da duração dos contratos de trabalho temporários; além da simplificação dos procedimentos de demissão.
Para o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, as reformas são “um dos maiores ataques ao mundo do trabalho”. Em declarações à AFP, ele afirmou que a ação do governo “normalizaria a insegurança trabalhista”, “desregulamentaria o horário de trabalho” e “facilitaria as demissões”.
De acordo com Oliveira, “de uma população ativa de cerca de 5 milhões de pessoas, cerca de 1,3 milhão já se encontram em situações de precariedade laboral” em Portugal.
Segundo pesquisa do DN/Aximage, 61% dos portugueses apoiam a paralisação geral nesta quinta. (ANSA).