Sindicatos de funcionários dos Correios anunciaram que estão em greve a partir da noite desta terça-feira, 10. Os trabalhadores afirmam que o objetivo da mobilização é impedir a redução de salários e de benefícios. Eles também se colocam contra a privatização da estatal, que está no radar da secretaria de desestatizações do governo federal.

Uma possível paralisação dos trabalhadores dos Correios era discutida há mais de um mês. Em 30 de julho, os sindicatos suspenderam o indicativo de greve após o início de uma negociação medidada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

De acordo com Fischer Moreira, secretário de imprensa da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a mediação foi suspensa e a greve foi iniciada após os Correios se recusarem a seguir com a negociação.

“Quando o TST propôs a prorrogação do processo negocial, deu prazo até sexta-feira (30) pra a gente se posiconar. As assembleias aprovaram, mas os Correios avaliavam que não tinha o que ser negociado”, afirma.

Moreira afirma que, nesta quarta-feira, 11, a adesão ao movimento já ocorre em todos os Estados da federação. Inicialmente, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP), a greve havia sido aprovada por assembleias em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão.

O que dizem os Correios

Os Correios afirmaram, por meio de nota enviada ao Estadão, que participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores. A empresa alega que apresentou, durante os encontros, “a real situação econômica da estatal e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”.

 

Ainda de acordo com a estatal, “as federações expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa”.

Os Correios afirmam ainda que o principal compromisso da direção da empresa é “conferir à sociedade uma empresa sustentável”. A estatal disse que “conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população”.