Cerca de 200.000 pessoas buscavam alternativas, nesta quarta-feira (21), para as viagens do fim de semana do Natal na França, depois que a companhia ferroviária nacional, a SNCF, anunciou cancelamentos de trens devido a uma greve de fiscais.
A SNCF anunciou que mais de um terço dos trens previstos para o fim de semana foram cancelados em uma época em que milhões de pessoas costumam viajar no país para visitar familiares.
Os trajetos mais afetados são os das linhas dos trens de alta velocidade (TGV), que permitem viagens de longa distância, o que levou muitos passageiros a buscar modos de transporte alternativos, como o avião ou o automóvel.
A greve afeta, também, as viagens internacionais. Metade dos trens com destino à Espanha foi cancelada, assim como um terço dos trens com destino à Itália.
“Entendo suas demandas, mas realmente precisam fazer greve durante as festas?”, perguntou-se Isabelle Barrier em Paris, depois que seu trem para Toulouse, no sul da França, foi cancelado.
“Se querem fazer greve, entendo, mas não no fim de semana do Natal!”, queixou-se à AFP Emilio Quintana, enquanto tentava desesperadamente encontrar um assento disponível para viajar a Marselha, também no sul do país.
O diretor da divisão de passageiros da SNCF, Christophe Fanichet, desculpou-se pela greve nesta quarta-feira, tachando-a de “escandalosa” e “inaceitável”.
“Não se faz greve no Natal”, concordou o porta-voz do governo, Olivier Veran.
Devido à inflação, os fiscais de passageiros pedem um novo aumento salarial acima da alta já negociada de 12%, que será aplicada nos próximos dois anos, informou a SNCF.
A inflação anual na França está em torno de 6%, um percentual inferior ao de muitos países europeus.
Os passageiros afetados vão poder trocar seus bilhetes sem ter que pagar pela diferença, anunciou a SNCF, embora a maioria dos trens já esteja lotada.
A empresa também ofereceu bônus no valor do dobro de um preço original do bilhete, além de reembolso completo àqueles que conseguiram trocar suas passagens.