As farmácias do Líbano entraram em greve nesta sexta-feira (9), enquanto duas grandes usinas de energia foram fechadas devido à falta de combustível, o que também interrompe a rede de distribuição de água.
Em um país paralisado pelas disputas políticas dos principais partidos, que não conseguem formar um novo governo há 11 meses e sem lançar reformas econômicas, a libra libanesa continua seu declínio e nesta sexta-feira registrou um novo recorde: 19.500 libras por um dólar no mercado clandestino.
Um contexto que torna o medo de uma implosão social, já que o país, com poucas divisas estrangeiras, quer rever o sistema de subsídios que possibilitou o controle dos preços de importação.
Agora, é o setor da saúde que monopoliza todo o foco.
As importações de medicamentos estão quase interrompidas há mais de um mês, devido à ausência de novas linhas de crédito autorizadas pelo Banco do Líbano (BDL) e à inadimplência de produtores estrangeiros.
É quase impossível encontrar analgésicos, produtos para bebês e tratamentos para doenças crônicas nas farmácias.
Uma associação de farmacêuticos anunciou na quinta-feira uma greve geral em todo o Líbano.
“Cerca de 80% das farmácias respeitaram a greve em Beirute e nas grandes cidades”, e 50% no interior, disse uma autoridade da associação, Ali Safa, na sexta-feira.
Por outro lado, a empresa Eletricidade do Líbano anunciou na sexta-feira a “interrupção das centrais elétricas de Zahrani e Deir Ammar devido, sobretudo, ao esgotamento das reservas de combustível”.
A companhia de água, por sua vez, anunciou “racionamento na distribuição de água” no norte e no sul, que atribui aos apagões de eletricidade e ao esgotamento das reservas de combustível.
No Líbano, quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza.