Uma greve de controladores de tráfego aéreo na França interrompeu o início das férias de verão para dezenas de milhares de viajantes nesta quinta-feira (3), um movimento que se intensificará na sexta-feira e terá repercussões mais amplas em toda a Europa.
O segundo maior sindicato de controladores de tráfego aéreo (17% dos votos nas últimas eleições profissionais), Unsa-Icna, convocou uma greve para quinta e sexta-feira para protestar contra uma reforma governamental e denunciar “uma constante falta de pessoal responsável pelos atrasos durante grande parte do verão”, equipamentos obsoletos e “gestão tóxica, incompatível com os padrões exigidos de serenidade e segurança”.
Pouco antes das 9h00 (4h00 no horário de Brasília) desta quinta-feira, voos regulares sofreram atrasos significativos: cerca de 45 minutos em Nice e mais de 30 minutos em Paris-Orly, de acordo com o painel online da Direção-Geral da Aviação Civil (DGAC).
Os aeroportos mais afetados são os da metade sul do país: além de Nice, o terceiro maior hub da França, metade dos voos foi cancelada em Bastia e Calvi (na ilha da Córsega) e 30% em Lyon, Marselha, Montpellier, Ajaccio e Figari (também na Córsega).
Na região de Paris, os cancelamentos afetam um quarto dos voos em Paris-Charles-de-Gaulle e Orly, dois aeroportos que recebem um total de 350.000 passageiros por dia durante o verão.
O aeroporto de Beauvais, localizado cerca de 100 quilômetros ao norte de Paris e um importante hub para companhias aéreas de baixo custo, registrou 25% de cancelamentos.
Na Europa, cerca de 25.800 voos estão programados para esta quinta-feira. O Eurocontrol relatou mais de 18 minutos de atraso às 8h55, 83% atribuível à greve francesa.
Na sexta-feira, a situação será ainda mais complexa nos aeroportos de Paris e Beauvais, após a DGAC impor uma redução de 40% no número de voos.
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