SÃO PAULO, 24 MAI (ANSA) – A greve dos caminhoneiros contra a alta do preço do diesel chegou hoje (24) ao seu quarto dia e atinge quase todo o Brasil. A manifestação tem provocado desabastecimento de carne, leite, materiais hospitalares e combustível, já que o Brasil é um país rodoviário e depende dos caminhões para fazer entrega de produtos. Em São Paulo, por conta da falta de combustível, o sindicato que representa as empresas de ônibus disse que as companhias possuem gasolina suficiente para rodar apenas hoje.   

A previsão é de que, se até sexta-feira (25) o abastecimento não for normalizado, muitas empresas ficarão sem condições de colocar seus ônibus nas ruas.   

No Rio de Janeiro, a greve dos motoristas também está afetando os postos de gasolina. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), pelo menos metade dos postos estará sem nada de diesel, gasolina e etanol para vender aos clientes.   

Ao menos 13 aeroportos do país estão com as suas operações ameaçadas pela falta de combustível, que viram suas reservas atingirem níveis mínimos. Congonhas, em São Paulo, por exemplo, recebeu ontem apenas quatro dos 10 caminhões-tanques que estavam programados para entrega da substância.   

A greve ainda está afetando a produção e a distribuição de alimentos, fazendo com que os preços dos produtos disparem nos supermercados. Alguns Restaurantes e redes de alimentação já estão encarando problemas pelo desabastecimento.   

Desde a última segunda-feira (21), o Brasil vem sendo palco de protestos de caminhoneiros contra a escalada do preço do combustível. Os trabalhadores exigem que o governo altera a política de preços e controle os aumentos. Em 17 dias, a Petrobras chegou a anunciar 11 reajustes nos preços da gasolina e do diesel. A escalada vem desde o ano passado, e é fruto de uma série de fatores, como alta do dólar e as oscilações no mercado internacional.   

O governo do presidente Michel Temer decidiu aliviar a carga tributária, abrindo mão da arrecadação do Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), para baratear o diesel.   

No entanto, falta a aprovação do Congresso, e os caminhoneiros prometem voltar ao trabalho apenas quando a norma for publicada no Diário Oficial da União (DOU). (ANSA)