Milhares de motoristas dos aplicativos Uber e Lyft iniciaram uma greve nesta quarta-feira nos Estados Unidos em protesto por melhores condições de trabalho e pagamento – lançando uma sombra no aguardado lançamento da Uber em Wall Street esta semana.

Espera-se que a Uber lance sua oferta pública inicial (IPO) nesta sexta-feira, quando espera arrecadas um valor estimado de 80 bilhões de dólares, um dos maiores dos últimos anos, embora seja menor que seu cálculo inicial, que rondava os 100 bilhões.

O lançamento será um feito importante para a companhia, que arrecadou bilhões e revolucionou a indústria do táxi em diversas cidades no mundo.

A IPO ocorre após o problemático lançamento de sua maior rival, a Lyft, que perdeu mais de 15% de seu valor desde o lançamento na bolsa, em março.

As greves de quarta-feira destacaram um dilema das empresas de viagens compartilhadas. Elas enfrentam desafios de reguladores e operadores de táxis tradicionais por usar um modelo de negócios baseado em contratistas independentes.

Um grupo protestou em frente à Bolsa de Nova York com cartazes que diziam: “Invistam em nossas vidas, não em suas ações”.

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Manifestações similares ocorreram em Boston, Chicago, Los Angeles, San Diego, Washington e San Francisco, onde a Uber surgiu.

Também houve protestos no Reino Unidos, onde motoristas em Londres, Birmingham, Nottingham e Glasgow se manifestaram em frente aos escritórios da Uber.

As empresas de viagens compartilhadas afirmam que os motoristas conseguem ganhar dinheiro e manter sua flexibilidade profissional. Elas alegam que o modelo de negócios não funcionaria se os condutores fossem tratados como funcionários com salários fixos. renda

Uber e Lyft não comentaram os protestos.

“Embora nosso objetivo seja proporcionar uma oportunidade de renda comparável a de serviços de venda, restaurantes, ou trabalhos similares, continuamos registrando insatisfação com nossa plataforma de um número significativo de condutores”, afirmou a Uber em um relatório para os reguladores da Bolsa de Valores.

– Desempenho da Lyft –

O lançamento da Uber em Wall Street ocorre após um decepcionante IPO da Lyft, cujos prejuízos no último trimestre se ampliaram a 1,1 bilhão de dólares, segundo seu primeiro relatório financeiro após a entrada em Wall Street.

A receita da Lyft tinha duplicado no ano passado, a 776 milhões de dólares, e o número de usuários superou os 20,5 milhões.

A Lyft disse que seus prejuízos no primeiro trimestre se aprofundaram como resultado dos 894 milhões em compensações de ações e dos gastos fiscais relacionados ao lançamento na bolsa.

As ações da Lyft fecharam a quarta com queda de 10,8%, a 52,91 dólares.


No mês passado, a Uber recuou em sua ambiciosa meta de valor, manteve seu IPO numa faixa que poderia caracterizá-lo como um dos maiores do mercado tecnológico dos últimos anos.

A empresa de transporte de passageiros disse, em uma apresentação de valores, que venderia 207 milhões de ações em uma faixa de 44 a 50 dólares.

Segundo uma fonte próxima, a Uber espera que as ações tenham o preço na média desta faixa e arrecadar cerca de 8 bilhões de dólares em novos fundos.

A 47 dólares por ação, a Uber passaria a valer pouco mais de 80 bilhões. Espera-se que a empresa anuncie os preços na noite desta quinta.


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