Greta Thunberg pediu nesta quinta-feira (19) em Davos “uma pressão pública maciça” para acabar com os combustíveis fósseis e disse que sem ação “de baixo para cima” os responsáveis pela crise climática “irão o mais longe que puderem”.

A ativista sueca também acusou os participantes do Fórum Econômico Mundial de Davos de “alimentar a destruição do planeta”, em um evento realizado fora do programa oficial, junto com outras três jovens ativistas, Helena Gualinga do Equador, Vanessa Nakate de Uganda e a alemã Luisa Neubauer.

“Essas são as pessoas que estão no centro da crise climática, as pessoas que investem em combustíveis fósseis e assim por diante, mas, de certa forma, parecem ser as pessoas em quem confiamos para resolver nossos problemas”, acrescentou.

Segundo ela, é “um absurdo ouvi-los em vez das pessoas que são realmente afetadas pela crise climática”.

A ativista sueca, que foi presa brevemente pela polícia há dois dias num protesto contra uma mina de carvão na Alemanha, voltou a este fórum, símbolo de muitos dos excessos do capitalismo globalizado, onde em 2020 já enfrentou o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Thunberg, que uniu forças com as outras três ativistas para lançar uma petição contra os combustíveis fósseis, acredita que “sem pressão pública maciça de fora, essas pessoas irão o mais longe que puderem”.

A sueca de 20 anos participou de um painel organizado pela CNBC, que contou também com a presença do diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol.

Birol afirmou que o setor de energia deve se transformar ou “não teremos chance de atingir nossas metas climáticas”.

De acordo com um relatório da AIE de outubro, a crise energética desencadeada pela invasão russa da Ucrânia provoca mudanças que podem acelerar a transição para um “sistema de energia mais sustentável e seguro”.

As quatro ativistas lançaram há poucos dias, coincidindo com o fórum, uma petição apelando às grandes empresas para que deixem de explorar os combustíveis fósseis, um texto que já conta com mais de 900 mil assinaturas.

“Estamos trilhando um caminho muito perigoso. Já vemos como as pessoas estão sofrendo no terreno”, disse Helena Gualinga no debate desta quinta-feira.

A petição, que adota o tom de um documento legal, pede pessoalmente aos dirigentes das grandes empresas que “parem imediatamente com a abertura de novos campos de extração de petróleo, gás ou carvão”.