A ativista ambiental sueca Greta Thunberg juntou-se, neste sábado (10), a uma manifestação contra a construção de uma rodovia no sudoeste da França, que também registrou confrontos entre militantes e as forças de segurança, observaram jornalistas da AFP.

“Estamos aqui em solidariedade com aqueles que resistem a este projeto e a esta loucura”, declarou o jovem ativista sueca, que chegou a Saïx, perto da cidade de Castres, no sul do país, juntamente com uma delegação internacional da Bélgica, Suécia e Espanha.

A militante de 21 anos apareceu no local vestindo uma capa de chuva rosa, um capuz cinza e uma kufiya palestina no pescoço.

Greta denunciou um projeto que “não só destruirá a natureza e terras de valor inestimável, mas também nos prenderá em um sistema tóxico baseado na exploração, extração e poluição”.

“Isso tem que parar”, acrescentou, falando em inglês, antes de dizer em francês: “Parem A69!” Indicou ainda que no domingo estará na região de Bordeaux para apoiar os opositores a um projeto de exploração petrolífera.

Os ativistas se opõem à controversa construção da rodovia A69 entre as cidades de Toulouse e Castres.

O projeto, que visa promover a conexão de uma zona rural, divide a classe política e tem encontrado firme oposição de ambientalistas, que se manifestaram no local em diversas ocasiões nos últimos meses.

A ação de protesto ocorre em terrenos florestais privados, que são objeto de litígio relativo à sua desapropriação devido à construção da rodovia.

Na sexta-feira, as autoridades locais proibiram as manifestações do fim de semana, alegando “risco de grande desordem pública”.

Pouco depois, quando os ativistas preparavam esses protestos, a polícia lançou gás lacrimogêneo e prendeu duas pessoas, segundo os jornalistas da AFP.

Neste sábado, em Saïx, cerca de cinquenta policiais entraram em confronto durante horas com ativistas que ocupavam uma “ZAD” (zona a defender), composta por cabanas construídas em árvores ao longo do trajeto da futura rodovia, para tentar impedir a sua construção.

Os agentes utilizaram gás lacrimogêneo, mas não conseguiram entrar na “ZAD”, localizada em terreno privado.

Os ativistas ali abrigados lançaram de volta bombas de gás lacrimogêneo contra a polícia, assim como outros projéteis com a ajuda de raquetes de tênis, segundo um fotógrafo da AFP.

“Cem pessoas bloquearam a via férrea entre Toulouse e Castres e colocaram obstáculos”, afirmou a prefeitura local em comunicado.

“Os indivíduos instalaram três barricadas e incendiaram uma, mas os gendarmes conseguiram reabrir a estrada municipal que estava bloqueada”, acrescentou.

Os organizadores esperam reunir neste fim de semana entre 500 e 1.000 pessoas, para participarem de workshops, mesas redondas e concertos.

skh-siu/tes/ref/sag/jvb/aa