ROMA, 06 DEZ (ANSA) – Após uma viagem noturna de trem desde Lisboa, a ativista sueca Greta Thunberg chegou nesta sexta-feira (6) em Madri, na Espanha, para a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP25, que acontece até 13 de dezembro.

Thunberg, 16 anos, havia desembarcado na capital portuguesa na última terça (3), depois de atravessar o Oceano Atlântico em um veleiro não poluente. Seu discurso na COP25 é bastante aguardado, especialmente em função de seu duro e emotivo pronunciamento na ONU, em setembro passado, quando ela colocou líderes mundiais contra a parede ao pedir ações mais efetivas em defesa do clima.

A ativista fez nos últimos meses um tour por Estados Unidos e Canadá e planejava seguir até o Chile, que receberia a conferência climática, mas teve de mudar o roteiro por conta da transferência da sede do evento.

Sua travessia do Atlântico durou três semanas, em um veleiro chamado “La Vagabonde”, que viajou sem auxílio de motores porque Thunberg busca usar apenas meios de transporte com baixo impacto ambiental. A jovem tirou um ano sabático na escola e é acompanhada pelo pai em suas viagens internacionais.

Já o trajeto ferroviário entre Lisboa e Madri não foi totalmente “limpo”. A sueca viajou no Lusitânia Comboio Hotel, que percorreu 800 quilômetros em nove horas. Segundo a imprensa espanhola, 200 quilômetros desse ramal não são eletrificados e exigem o uso de uma locomotiva a diesel.

Thunberg ganhou fama em agosto do ano passado, quando passou a liderar greves estudantis às sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento da Suécia, em Estocolmo, em defesa do clima. Seu movimento, batizado de “Fridays for Future” (“Sextas-feiras pelo futuro”, em tradução livre), se expandiu para países do mundo todo, e a ativista participa da paralisação desta sexta em Madri.

“Estamos fazendo greves há um ano, mas ainda não aconteceu nada.

Estão ignorando a crise climática, e até agora não há uma solução sustentável. Não podemos continuar assim”, disse Thunberg em coletiva de imprensa na Espanha, acrescentando que espera “algo de concreto” na COP25. (ANSA)