Grêmio ainda não recebeu propostas irrecusáveis por seus talentos, mas já monitora reforços

Grêmio ainda não recebeu propostas irrecusáveis por seus talentos, mas já monitora reforços

Éverton é um dos jogadores cobiçados por clubes de fora

O Grêmio está monitorando jogadores no Brasil e no exterior. O grupo de análise de desempenho do clube gaúcho (Central de Dados Digital) mapeia possíveis reforços para até mesmo o segundo semestre. Os dirigentes esperam pela investida de clubes de fora na janela de contratações que vai durar até agosto. “Estamos mapeando as necessidades para substituir uma ou outra peça ou mesmo para reforçar uma posição”, disse André Zanotta, executivo de futebol.

Na madrugada desta quinta-feira, durante a entrevista coletiva de Duda Kroeff, vice de futebol do Grêmio, logo depois da derrota para o Palmeiras por 2 a 0, ele foi perguntado sobre se o clube já tinha recebido propostas de equipes do exterior por jogadores do elenco atual. “Está tudo calmo”, afirmou o dirigente que garantiu também: “Não estamos atrás de nenhum reforço, mas se uma oportunidade de reforçar o elenco aparecer, podemos ir atrás”.

Não é bem assim. Já apareceram empresários sondando o clube gaúcho sobre a possibilidade de venda de Luan e Éverton. Por enquanto, a conversa é mais ou menos assim: se um clube da Itália quiser o Luan, quanto o Grêmio cobraria? ou qual a disposição de vocês em fazer negócio?. Mas já é uma indicação de quem está chamando a atenção dos estrangeiros.

E o interesse não é mais apenas por jovens promessas. O atacante Jael interessa a uma equipe do Japão. Zanotta tem conversado com o técnico Renato Gaúcho para discutir possibilidades de reforços. Da temporada de 2017 para a de 2018, o Grêmio viu Pedro Rocha, Fernandinho, Barrios e Edilson saírem. Chegaram Alisson, André e Madson. O time conseguiu atingir os objetivos do primeiro semestre: foi campeão da Recopa Sul-Americana, está nas quartas de final da Copa do Brasil e terminou a fase de grupo da Libertadores da América com a segunda melhor campanha. Falta terminar as 12 rodadas do Campeonato Brasileiro entre os quatro melhores colocados. O time está em sexto lugar.

Advogado da área esportiva, André se especializou em administração e negócios do esporte. Fez o curso Fifa Master, passou por Inglaterra, Suíça e Itália. Atuou no Atlanta do México. No Brasil, trabalhou no Santos, Sport e passou a trabalhar no Grêmio.

Em conversa com a Coluna do Boleiro, André Zanotta explica o que o Grêmio deve fazer se o assédio aos jogadores for irresistível.

Coluna do Boleiro – As conquistas do Grêmio (Copa do Brasil, Libertadores e Recopa) chamam a atenção dos clubes europeus?
André Zanotta –
Os jogadores do Grêmio, por tudo que o time tem feito nos últimos dois anos, ganharam visibilidade. Eles conquistaram isso por mérito deles, com trabalho e o desempenho que tiveram. O Grêmio está em evidência e isso atrai o interesse pelos atletas.

O jeito é passar pela janela torcendo para que não apareça nenhuma proposta irrecusável vinda até de clubes da Arábia Saudita?
Às vezes chegam propostas que são consideradas irrecusáveis. A situação financeira do clube, com a gente tendo de organizar as contas, e mesmo o interesse do atleta em ser transferido são coisas que devem ser pensadas. Mas a gente espera passar por esta janela sofrendo o mínimo possível e mantendo o elenco que vem dando resultado.

Você tem conversado com o Renato Gaúcho sobre reforços?
Temos reuniões sempre, com o Renato, com o pessoal do CDD, que é comandado pelo Lucas de Oliveira. Estamos sempre em busca de jogadores que podem reforçar o elenco. No ano passado, em setembro/outubro, a gente planejou para 2018 com a ideia de ter um elenco mais forte com mais peças para o
Renato. Sabíamos que, para 2018, poderíamos perder jogadores. Mas conseguimos manter a estrutura tática e o time está evoluindo.

Há um perfil para este atletas que vocês podem trazer?
A gente busca atletas com força mental muito grande. Como se diz na Inglaterra, são jogadores com mentalidade vencedora. Procuramos gente com um perfil psicológico assim. Também procuramos trazer jogadores com média de idade menor dos que saíram no final de 2017.

O que vocês estão fazendo para evitar que o time perca força com saída de talentos como Arthur, que deverá deixar o clube no final da temporada para jogar no Barcelona?
O que a gente tem feito constantemente é monitorar atletas nas diferentes posições e é claro que a gente intensifica nesta época as posições dos atletas mais visados. Nossa intenção não é nos desfazer do time de maneira alguma. Vamos torcer para não perdermos jogadores nesta janela. No ano passado perdemos só o Pedro Rocha. Quando a gente perdeu o Pedro Rocha, tinha reposição dentro do elenco, que era o Fernandinho. E já tínhamos providenciado outro atleta que até acabou não indo bem, o equatoriano Michael Arroyo.

Mesmo assim é preciso um plano B. Não há como segurar atletas que recebem propostas milionárias?
Às vezes chegam propostas que são consideradas irrecusáveis. A situação financeira do clube, com a gente tendo de organizar as contas, e mesmo o interesse do atleta em ser transferido são coisas que devem ser pensadas. Mas a gente espera passar por esta janela sofrendo o mínimo possível e mantendo o elenco que vem dando resultado.

É possível repetir um acordo como o que vocês fizeram com Barcelona: contratou, mas espera um temporada para levá-lo?
O ideal seria receber agora e entregar o jogador mais tarde, mas é preciso negociar com o clube. Nem todo treinador aceita esta solução.

O Barcelona procurou vocês para levar o Arthur agora e não no final do ano, exercendo a opção de ter o jogador a partir de 15 de julho?
Nós não fomos procurados pelo Barcelona para este assunto. Se houver esta possibilidade, vamos sentar e conversar com o Barcelona. Mas até agora, estas notícias só vieram da imprensa de lá. Não fomos procurados.