08/03/2023 - 11:35
Por Louiza Vradi e Angeliki Koutantou
ATENAS (Reuters) – Milhares de trabalhadores do setor de transportes em greve, estudantes e professores se reuniram no centro de Atenas e na cidade de Tessalônica, no norte, nesta quarta-feira, para protestar contra o desastre ferroviário mais letal da história da Grécia.
O acidente em 28 de fevereiro matou 57 pessoas e provocou indignação pública sobre o estado precário da rede ferroviária. Trabalhadores em greve dizem que anos de negligência, subinvestimento e falta de pessoal – um legado da crise da dívida grega de uma década – são os culpados.
O governo conservador, cujo mandato termina em julho, prometeu na quarta-feira ajustar o sistema ferroviário em dificuldades.
Muitas das cerca de 350 pessoas a bordo de um trem intermunicipal de passageiros que colidiu de frente com um trem de carga enquanto viajavam na mesma linha eram estudantes universitários indo de Atenas para a cidade de Tessalônica, após um fim de semana prolongado.
“Não permaneceremos vivos por acaso, viveremos como desejamos”, dizia uma faixa erguida por jovens manifestantes do lado de fora do Parlamento em Atenas, onde os atos estão previstos para terminar. “Assassinos”, dizia outra.
O desastre levou a protestos em toda a Grécia, com mais de 10.000 pessoas reunidas em Atenas no domingo. Dezenas de milhares se reuniram em Atenas e Tessalônica nesta quarta-feira.
Os trabalhadores ferroviários têm realizado greves desde quinta-feira, paralisando a rede. Eles dizem que suas demandas por melhorias nos protocolos de segurança não são ouvidas há anos e prometeram “impor segurança” para garantir que um acidente não se repita.
(Reportagem adicional de Karolina Tagaris, Renee Maltezou e Lefteris Papadimas)