O grupo ambientalista Greenpeace fez um chamado, nesta segunda-feira (11), aos governos do mundo para preservarem as zonas em alto-mar, como determina um tratado das Nações Unidas, e pediu a criação da primeira reserva marinha protegida junto ao arquipélago de Galápagos, no Equador.

A organização informou, durante uma expedição científica nas ilhas, acompanhada por jornalistas da AFP, que “fora da área protegida de Galápagos, as frotas pesqueiras industriais continuam saqueando os oceanos”, segundo um boletim.

As águas internacionais mega-diversas não pertencem a um país em particular, o que dificulta sua preservação.

“Devemos proteger essa área, pois em março de 2023, todos os governos aprovaram um tratado histórico nas Nações Unidas sobre os Oceanos, que nos permitirá fazer exatamente isso (…) quando for ratificado”, afirmou, em nota, Ruth Ramos, da campanha Proteja os Oceanos, do Greenpeace.

No ano passado, 80 países assinaram nas Nações Unidas o Tratado Global dos Oceanos, com vistas a proteger a biodiversidade marinha em águas internacionais, mas apenas Chile e Palau o ratificaram.

Para entrar em vigor, ao menos 60 países devem incluí-lo em sua legislação nacional, explicou o Greenpeace.

Berço da teoria da evolução, desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin no século XIX, Galápagos “é um dos melhores exemplos de proteção marinha da Terra”, onde existe uma “super-autopista migratória” primordial para a vida marinha, destacou a organização.

“Se não podemos proteger uma área como Galápagos junto com outras como a dos Cocos e os corredores-chave que as conectam entre si, uma zona concreta por si só não poderá funcionar corretamente” para a preservação marinha mundial, disse à AFP o cientista inglês Stuart Banks, que trabalha na estação Charles Darwin, localizada no arquipélago.

O governo equatoriano criou em 1998 a reserva marinha de Galápagos e hoje o local se mantém como um oásis de biodiversidade, com pelo menos 2.900 espécies marinhas, das quais 25% são endêmicas, com muitos golfinhos, baleias, leões-marinhos e tartarugas-gigantes, que deram nome ao arquipélago.

Fora dos limites da reserva marinha, o oceano se mantém aberto à pesca industrial destrutiva, o que pode causar consequências nefastas para a vida marinha, alertou o Greenpeace.

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