Em uma entrevista transmitida ao vivo neste sábado, 26, pela rede britânica de notícias BBC, a ativista do Greenpeace no Brasil Adriana Charoux denominou a tragédia em Brumadinho ocorrida ontem como um “crime”. “Estamos aturdidos com a situação, mas não chega a ser uma surpresa”, declarou ela, que se disse preocupada com a possibilidade de um afrouxamento das leis ambientais no novo governo de Jair Bolsonaro. “Infelizmente, há um grande lobby no Congresso, insistindo na flexibilização de licenças ambientais. Vamos trabalhar para que crimes como este não aconteçam mais”, garantiu.

As informações mais recentes concedidas pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais dão conta de que há 354 desaparecidos, da retirada de 100 pessoas que estavam ilhadas na região e da morte de sete pessoas. Ontem, uma barragem da mineradora Vale se rompeu em Brumadinho, no Estado de Minas Gerais. De São Paulo, Adriana explicou à BBC que ainda não há detalhes do que causou a tragédia, não se pode ainda dimensionar o seu tamanho e que os profissionais de várias áreas estão imbuídos de tentar trabalhar o mais rápido possível no salvamento de pessoas que ainda possam estar vivas, após terem sido soterradas. “A maior preocupação agora é com o resgate das pessoas”, afirmou.

Mesmo assim, a ativista se disse preocupada com a contaminação da água e da produção de alimentos na região por causa do lamaçal que tomou conta das redondezas de Brumadinho e podem ir agora para os rios. Por enquanto, segundo ela, a ONG está atuando com apoio aos mais necessitados da região. “O que o Greenpeace tenta fazer agora é dar suporte, como água e comida aos que estão precisando”, disse.

Passada a tragédia, de acordo com ela, a ONG trabalhará para que as vítimas dessa calamidade sejam ressarcidas adequadamente, o que não tem ocorrido, como enfatizou, com outra tragédia ocorrida em novembro de 2015 em Mariana, Minas Gerais, na barragem da Samarco – a Vale tem 50% da empresa.


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