Grécia suspende solicitações de asilo de imigrantes do norte da África

A Grécia suspenderá por três meses a análise dos pedidos de asilo de imigrantes que chegam em embarcações vindas do norte da África, anunciou nesta quarta-feira (9) o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, diante do aumento do fluxo migratório procedente da Líbia.

“Informaremos à União Europeia sobre nossa decisão de suspender por três meses os pedidos de asilo para imigrantes que chegarem a bordo de barcos provenientes do norte da África”, declarou o chefe do governo conservador no Parlamento, especificando que “todos os imigrantes que entrarem ilegalmente serão detidos e encarcerados”.

“A passagem para a Grécia está fechada”, acrescentou diante dos deputados.

Ao se referir a uma “situação de emergência” que “exige medidas excepcionais”, Mitsotakis quis enviar “uma mensagem de determinação (…) tanto aos traficantes quanto aos seus potenciais clientes”.

Mais de 2.000 migrantes foram resgatados nas costas de Gavdos e Creta nos últimos dias pela Frontex e pela polícia portuária, marcando um “pico” no número de chegadas, segundo autoridades gregas.

Nesta quarta-feira, um novo grupo de cerca de 520 migrantes foi socorrido pela polícia portuária grega em frente a Gavdos, uma pequena ilha ao sul de Creta.

As pessoas resgatadas, cujas nacionalidades não foram especificadas, serão transferidas para Lavrio, um porto próximo a Atenas, detalharam os guardas costeiros gregos.

“Estamos falando de um fluxo migratório intenso, contínuo e crescente para o sul do nosso país”, destacou o porta-voz do governo, Pavlos Marinakis, na televisão na noite de terça-feira.

No domingo, mais de 600 imigrantes foram resgatados nesta região do Mediterrâneo em quatro operações diferentes, informou a polícia portuária.

Segundo as autoridades gregas, mais de 7.300 imigrantes chegaram a Creta e Gavdos desde o início do ano, em comparação com 4.935 em 2024.

Algumas ilhas no nordeste do Mar Egeu, como Lesbos, têm campos de acolhimento, mas Creta e Gavdos não os possuem.

As autoridades locais pressionam o governo a tomar medidas para resolver a situação.

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