26/09/2022 - 14:50
O ministro grego da Migração, Notis Mitarakis, denunciou, nesta segunda-feira (26), “a falta de vontade” de seus parceiros da União Europeia (UE) na realocação de migrantes que entram no bloco, especialmente pela fronteira greco-turca.
Os países do sul da Europa que primeiro recebem migrantes (Espanha, Grécia, Itália, Malta e Chipre) estimam que “as chegadas aumentarão para cerca de 160 mil pessoas” este ano, disse o ministro em entrevista coletiva.
“É decepcionante constatar que os demais países-membros propuseram apenas 1.017 lugares de realocação”, criticou.
Mitarakis lembrou uma decisão tomada em junho pelos ministros do bloco responsáveis pela migração de criar “um mecanismo de relocação voluntária, a partir de países de primeira recepção, para outros países europeus”, de modo a aliviar a pressão sobre os Estados do sul.
“Tem uma falta de vontade da maioria dos países-membros em participar desse mecanismo”, insistiu.
O ministro afirmou ainda que, este ano, houve uma maior pressão nas fronteiras gregas.
“Em 2021, o número de pessoas que chegaram à Grécia foi de 8.000, contra 10.000 até agora em 2022”, especificou.
Na linha de frente da crise de refugiados de 2015, a Grécia condena, há anos, a falta de solidariedade de seus parceiros da UE.
Com uma longa fronteira terrestre e marítima com a Turquia, o país é uma das principais portas de entrada do bloco para pessoas que fogem de guerras, conflitos internos, ou pobreza.