VATICANO, 5 MAI (ANSA) – Por Paola Lo Mele – Ele é o prelado a quem Francisco confiou sua mais nova “criatura”, o sínodo e o caminho da igreja sinodal. Maltês, afável, fluente em inglês e italiano, o cardeal Mario Grech pode ser uma carta escondida na linha de continuidade no conclave.
Atualmente, ele está posicionado na frente progressista, a mais afinada com a abordagem pastoral de Jorge Bergoglio, mas nem sempre foi assim.
No início de sua jornada sacerdotal, Grech não tinha como ser classificado entre os inovadores, então a missão de tornar a Igreja menos verticalizada, confiada a ele por Francisco, deve tê-lo aproximado das posições do último pontífice, dando-lhe um excelente perfil de mediador.
Grech, de fato, é bem conhecido entre os cardeais e está acostumado ao diálogo. Nos últimos anos, inclusive, devido ao seu papel, ele se encontrou com uma infinidade de cardeais e altos prelados, sempre buscando um ponto de equilíbrio entre abertura de espírito e conservadorismo.
O religioso é pessoalmente a favor de acolher a comunidade LGBTQIA+ na igreja, porque – como ele explicou anos atrás em uma entrevista a um jornal local – qualquer pessoa que peça ajuda para descobrir Jesus Cristo não deve ser impedida.
Nascido em Qala, na ilha maltesa de Gozo, há 68 anos, Grech sentiu sua vocação para o sacerdócio se desenvolver aos 20 anos.
Primeiro, ele fez o curso de filosofia e depois de teologia no seminário do Sagrado Coração na própria ilha.
Ordenado sacerdote em 1984, foi convidado para Roma, onde obteve a licença em “utroque iure” na Pontifícia Universidade Lateranense. Em seguida, terminou o doutorado em direito canônico na Pontifícia Universidade “São Tomás de Aquino”, com a tese “A harmonização das dimensões religiosa e civil dos matrimônios canônicos em Malta”.
Durante a sua estadia para estudar na capital da Itália, desenvolveu atividade pastoral na igreja da Assunção de Maria, trabalhando como perito em direito canônico no vicariato e no tribunal da Rota Romana.
Ao retornar à sua terra natal, tornou-se sacerdote na paróquia de Kercem, vigário judicial da diocese, membro do tribunal metropolitano de Malta, professor de direito canônico no seminário e membro do colégio de consultores, do conselho presbiteral e de outras comissões diocesanas.
Foi aí que sua ascensão na hierarquia da Igreja começou: em 2005, Bento XVI o nomeou bispo de Gozo; em 2020, por vontade de Francisco, tornou-se secretário-geral do Sínodo dos Bispos; dois meses depois ele foi nomeado cardeal. Ao longo dos anos, ele se posicionou, em linha com Bergoglio, também sobre a questão da imigração, argumentando que a Europa deve encontrar uma solução e que “há um falso populismo na sociedade atual”. (ANSA).