ROMA, 13 JUL (ANSA) – Após dois casos relatados na Itália, uma pesquisa coordenada pela Universidade de Milão revelou que mulheres grávidas que testaram positivo para o novo coronavírus Sars-CoV-2 podem transmitir a doença para o feto e até para o bebê recém-nascido. O principal autor do documento, o italiano Claudio Fenizia, enfatizou que os resultados “sugerem fortemente” a possibilidade de uma transmissão intrauterina. O estudo foi apresentado durante a 23ª Conferência Internacional sobre a Aids organizada na semana passada, pela primeira vez a distância, devido à pandemia. De acordo com “sólidas provas”, analisadas também pela equipe de pesquisadores da Universidade do sudoeste do Texas, em Dallas, liderada por Amanda Evans, a pesquisa poderia ter um impacto positivo na proteção das mulheres grávidas.   

Apesar dos casos de bebês contaminados serem isolados, os resultados mostram, com mais clareza, a relação entre mãe e filho durante a transmissão. “Numerosos bebês nasceram de mulheres que deram positivo para o vírus Sars-CoV-2, a maioria delas sem doença respiratória ou traços moleculares de positividade do vírus”, comentou Evans A pesquisadora afirma que o estudo “é o primeiro a documentar a transmissão intrauterina da infecção durante a gravidez, com base em traços do vírus nas células da placenta fetal”. Ao todo, 31 mulheres grávidas internadas e infectadas foram estudadas. A análise localizou o vírus na placenta, no cordão umbilical e na vagina, além do leite materno. O grupo também encontrou anticorpos da Covid-19 nos cordões umbilicais de várias mulheres e no leite. No Texas, segundo Evans, um bebê, nascido após 34 semanas de gestação, estava em terapia intensiva tanto por prematuridade quanto por possível exposição ao coronavírus. A menina parecia inicialmente saudável, mas no segundo dia de vida começou a ter febre e problemas respiratórios leves.   

“É improvável que o desconforto respiratório observado no bebê dependa de sua prematuridade”, observou, lembrando que, de fato, o bebê foi testado positivo para o vírus entre 24 e 48 horas depois de seu nascimento. Na ocasião, a criança foi tratada com um suplemento de oxigênio por vários dias e não precisou de ventilação mecânica. Ela permaneceu contaminada por 14 dias. No 21º dia, mãe e filha receberam alta médica. (ANSA)


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