No dia 10 de junho, às 19h, o cantor e intérprete pernambucano Ayrton Montarroyos sobe ao palco da Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, com o espetáculo “Viva Gonzagão” — uma emocionante homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Com sua voz marcante e interpretação singular, Ayrton revisita clássicos imortalizados por Gonzagão, como “Asa Branca”, “Assum Preto”, “Xote das Meninas” e “Respeita Januário”, resgatando a força da música nordestina em arranjos que equilibram tradição e contemporaneidade. Acompanhado por um grupo de músicos experientes, o artista traz novas cores a um repertório que atravessa gerações e permanece vivo no coração do povo brasileiro.
Mais do que um show musical, “Viva Gonzagão” é também um passeio afetivo pela memória, pela poesia e pela resistência cultural do sertão. Entre uma canção e outra, Ayrton compartilha histórias, causos e reflexões que ajudam a dimensionar a grandeza de Luiz Gonzaga como símbolo da identidade nacional.
A apresentação é gratuita e os ingressos estarão disponíveis para retirada com duas horas de antecedência na bilheteria do CCSP. Uma oportunidade única para se emocionar, cantar junto e manter acesa a chama de um dos maiores nomes da música brasileira.
Precocidade
Ayrton Montarroyos começou cedo, aos 11 anos, cantando em saraus e rodas de choro em Recife, sua cidade natal. Aos 18 anos, fez suas primeiras gravações em importantes discos de música brasileira. Um deles, inclusive, foi indicado ao Grammy Latino em 2013.
Aos 20 anos, tornou-se vice-campeão do The Voice Brasil, da TV Globo, interpretando canções elementares da música brasileira, como “Carinhoso” (Pixinguinha/João de Barro). Aos 22, Ayrton lançou o seu primeiro álbum “Ayrton Montarroyos” (2017 – Independente), que recebeu críticas dos principais veículos do Brasil e de países como Japão, como na revista J. Wave.
Seu primeiro disco foi produzido por Thiago Marques Luiz, responsável por álbuns que trabalham com a manutenção da memória popular, através da série “100 Anos”, e pelos últimos trabalhos, quase todos premiados, das carreiras de Cauby Peixoto e Ângela Maria. Nesse primeiro disco, Ayrton cantou acompanhado por arranjos escritos por Arthur Verocai, Zé Manoel, Vitor Araújo e Diogo Strausz. E é nesse mesmo disco que interpreta uma canção até então inédita de Zeca Baleiro, “À Porta do Edifício”. “O maior cantor surgido na última década” – Pedro Só (O Globo) / “Um cantor se faz grande também – e sobretudo – pelas escolhas certas como as feitas por Ayrton neste estupendo primeiro álbum.” – Mauro Ferreira (G1) / “Ayrton Montarroyos é, sem dúvida, um dos melhores cantores brasileiros da nova geração. Aposto minhas fichas.” – Raphael Montes (O Globo) / “A estreia solo de Montarroyos, entrega ao público o que há de melhor no trabalho do cantor pernambucano” – Cleber Facchi (Miojo Indie ).
Em 2019 Ayrton lançou pela gravadora Kuarup, o seu segundo álbum: “Um Mergulho no Nada”, que ao contrário do seu disco de estreia, dispunha, para além da voz, de um único instrumento. Edmilson Capelupi, violonista brasileiro conhecido por ter acompanhado Dominguinhos, Rolando Boldrin, Beth Carvalho, Nana Caymmi, Ademilde Fonseca, Noite Ilustrada e tantos outros artistas brasileiros, de diversas gerações, divide o trabalho com o artista.
Gravado ao vivo no antigo “Teatro Itália”, em São Paulo, o disco é composto por canções de artistas contemporâneos do intérprete, como “Pé Na Estrada” (Ylana/Yuri Queiroga) e interpretações complexas de compositores veteranos, como da música “Mar e Lua” (Chico Buarque).
Em 2020, longe dos palcos por conta da pandemia, Ayrton criou uma série de pesquisa de música brasileira, em estúdio de gravação, que era transmitida para mais de duas mil pessoas semanalmente, ao vivo. Foram mais de vinte programas cantando e contando histórias da MPB, que depois tiveram seus áudios distribuídos pelas gravadoras Biscoito Fino e Kuarup.
Em 2021, Ayrton fez parte da trilha sonora da trama “Quanto Mais Vida, Melhor!”, da Rede Globo. O cantor participava com duas músicas na novela. “E Então”, música do seu primeiro disco, composta pelo conterrâneo Tiné, foi motivo de Elizabeth Savalla e Marcos Caruso, já “I Can’t Get You Out Of My Head”, foi gravada a pedido da emissora e embalou o par romântico de Vladimir Brichta e Bárbara Colen.
Em 2022, Ayrton entrou em turnê ao lado de Edu Lobo e Vanessa Moreno, preparando a comemoração dos oitenta anos de vida do compositor de obras célebres como “Beatriz”, “Ponteio” e “Arrastão”. O espetáculo virou disco (“Oitenta” – Edu Lobo/Biscoito Fino 2023) que também teve as participações de Monica Salmaso e Zé Renato. No mesmo ano, seguindo a lógica de exposição da sua pesquisa sobre MPB na internet, aliada ao seu canto, começou a publicar, também semanalmente, vídeos em formato de “reels” em plataformas digitais, com milhões de acessos, onde discorre sobre assuntos relevantes à arte em uns e canta músicas que lhe são queridas em outros.
Ayrton Montarroyos, ao longo da sua carreira participou de projetos com grandes músicos como Cristóvão Bastos, Jorge Helder, Vitor Araújo, Thiago Miazzo e com cantores veteranos como Lulu Santos, Monica Salmaso, Alcione, Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Angela Maria, Alaíde Costa, Cauby Peixoto e contemporâneos como Kiko Dinucci, Alice Caymmi, Filipe Catto, Maria Gadú, importantes produtores musicais; Zuza Homem de Melo, Hermínio Bello de Carvalho, o cantor ainda fez espetáculos em teatros como o Auditório Ibirapuera (SP), Teatro Municipal (SP), Teatro Guaíra (PR), Teatro de Santa Isabel (PE), Teatro Riachuelo (RJ).
Em 2024 lança o álbum “A Lira do Povo”. Considerado um dos discos mais aclamados pela crítica, com destaque nas páginas de O Globo e do G1, o disco marcou sua estreia em grande estilo no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, em São Paulo, diante de um público de cerca de mil pessoas e ingressos esgotados. O jornal O Globo ressaltou o impacto do feito: “O número impressiona porque o cantor ainda está longe de ser um astro, e o álbum é ousado, com três grandes suítes em que um personagem atravessa sertão, mar e cidade.”
Já o crítico Mauro Ferreira, do G1, definiu o projeto como “ambicioso e conceitual” e afirmou que o disco confirma Ayrton Montarroyos como “um dos maiores nomes da música brasileira do século XXI”. O álbum tem recebido elogios não apenas da imprensa especializada, mas também de grandes nomes da MPB: Zizi Possi afirmou que “é um trabalho tão lindo, que me parece uma poesia”, enquanto Edu Lobo destacou a sensibilidade do intérprete: “Ayrton é um grande cantor e intérprete, com uma capacidade muito boa de escolher repertório.”
Atualmente em turnê com o espetáculo homônimo, concebido por Hermínio Bello de Carvalho, “A Lira do Povo” transforma-se em uma experiência sensorial ao vivo, que percorre os mitos e folclores do sertão, do mar e da cidade em três suítes, com sonoridade quase acústica, figurinos e iluminação elaborados, arranjos coletivos e uma atmosfera imersiva que consagra o artista como uma das vozes mais relevantes de sua geração.
Também em 2024, Ayrton Montarroyos esteve duplamente presente na trilha sonora da novela “No rancho fundo”, da TV Globo, que incluiu duas gravações inéditas feitas por Ayrton com produção musical dos pianistas Daniel Tauszig e Ricardo Leão. O cantor levou a melancolia para o sertão da novela ao gravar a música-título “No Rancho Fundo” (Ary Barroso e Lamartine Babo, 1931) com o toque do violão de Gabriel Deodato e a canção “Sanfona Sentida” (Dominguinhos e Anastácia, 1976).
Crédito da foto: Elisa Maciel
SERVIÇO:
Viva Gonzagão, com Ayrton Montarroyos
10 de junho (terça-feira)
19h
Sala Adoniran Barbosa – Centro Cultural São Paulo
Entrada gratuita | Retirada de ingressos com 2h de antecedência
Classificação: Livre