Os editores dos jornais New York Times, Washington Post e Wall Street Journal pediram nesta terça-feira à China que reconsidere sua ordem de expulsão de 13 jornalistas americanos, argumentando que a ação põe em risco o “acesso a informações” sobre a pandemia mundial do novo coronavírus.

Uma carta conjunta dos três grupos de notícias ao governo chinês aponta que os veículos estão sofrendo “danos colaterais” devido a uma disputa diplomática entre os dois países.

“Esta medida, tomada em retaliação pelas recentes expulsões do governo dos Estados Unidos, é uma que protestaríamos sob quaisquer circunstâncias”, diz a carta assinada por William Lewis (do Journal), Fred Ryan (do Post) e AG Sulzberger (do Times).

“Mas [essa decisão] é especialmente prejudicial e imprudente, à medida que o mundo continua lutando para controlar essa doença [coronavírus], uma luta que exigirá o fluxo livre de notícias e informações confiáveis”, afirma.

Um total de 13 jornalistas americanos receberam a ordem de devolver suas credenciais às autoridades chinesas e de deixar o país.

No mês passado, a China expulsou três jornalistas do Wall Street Journal depois que o prestigiado jornal publicou um artigo de opinião sobre a crise dos coronavírus com uma manchete que Pequim chamou de racista.

Os Estados Unidos responderam reduzindo o número de acreditações para cidadãos chineses que trabalham para a mídia estatal do país.

A China, com 80.000 casos e 3.277 mortes registradas, é o segundo país do mundo com mais mortes por coronavírus, depois da Itália.