Os governos europeus reafirmaram nesta quarta-feira (11) seu suporte à unidade da Espanha e sua Constituição, apoiando o governo de Mariano Rajoy em sua firmeza com os separatistas da Catalunha após a declaração de independência desta região, que teve seus efeitos suspensos.

– Comissão Europeia

A Comissão “reitera o seu chamado anterior ao pleno respeito da ordem constitucional espanhola”, disse o seu vice-presidente, Valdis Dombrovskis. “Apoiamos os esforços para superar a divisão e a fragmentação para assegurar a unidade e o respeito da Constituição espanhola”, apontou o letão, depois de apoiar “todas as forças políticas que estão trabalhando para alcançar uma solução dentro do marco” constitucional.

– Alemanha

“Uma declaração unilateral de independência da Catalunha seria irresponsável”, declarou Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores do governo em fim de mandato. “Não poderão encontrar uma solução além do que há no marco do direito e do respeito à Constituição espanhola. Afinal de contas, uma solução duradoura apenas poderá funcionar com o apoio de uma maioria espanhola e catalã”.

– França

A França se declarou “preocupada” com a situação na Catalunha. “Qualquer que seja a solução para esta crise interna deve ser encontrada no marco constitucional espanhol”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores. “A unidade e a legalidade constitucional devem ser respeitadas e preservadas. Qualquer declaração unilateral de independência por parte das autoridades catalãs seria ilegal e não poderia em nenhum caso ser reconhecida”.

– Itália

“Devem destacar a necessidade de respeitar o marco constitucional e as leis espanholas”, declarou o chefe de governo, Paolo Gentiloni. “O chamado ao diálogo para evitar uma escalada injustificada e perigosa deve ser desenvolvido dentro de um marco. E este marco é o da Constituição e o respeito das leis”.

– Portugal

“Portugal respeita a soberania da Espanha”, declarou o governo, convencido de que seu homólogo espanhol “saberá assegurar a ordem constitucional na Espanha, assim como os direitos e as liberdades de seus cidadãos”. Lisboa assinalou também “a importância de um diálogo político responsável (…) para encontrar a melhor solução que preserve a unidade da Espanha”.

– Polônia

A Polônia “respeita plenamente os princípios da soberania, da integridade territorial e da unidade do Reino da Espanha”, declarou o porta-voz do governo, Rafal Bochenek, citado pela agência PAP. “A solução do litígio (…) é um assunto interno do Reino da Espanha e deve realizar dentro da ordem constitucional do Reino”.

E outras reações chegaram de fora da União Europeia:

– Rússia

Apelando aos “princípios fundamentais do direito internacional”, a Rússia considerou os acontecimentos da Catalunha “um assunto interno da Espanha”, declarou o Ministério das Relações Exteriores. “Expressamos a esperança de que a situação se resolva por meio do diálogo, em estrito respeito às leis espanholas e no interesse de um Reino da Espanha unido e próspero que respeite os direitos e as liberdades de todos os cidadãos desse país”.

– Marrocos

O Marrocos repudia “o processo unilateral de independência da Catalunha” e expressa o seu “apego à soberania, à unidade nacional e à integridade territorial do Reino da Espanha”, diz um comunicado do governo. “A decisão unilateral, anunciada ontem, irresponsável e inviável, é portadora de instabilidade e de divisão, não apenas na Espanha como em toda a vizinhança europeia”.