Governo venezuelano denuncia apreensão de explosivos

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou, neste sábado (9), uma apreensão importante de explosivos no leste do país que vinculou à oposição, depois que o governo denunciou, na quinta-feira, ter frustrado um atentado em Caracas.

As autoridades denunciam com regularidade a organização de complôs destinados a desestabilizar o país ou derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Ao meio-dia deste sábado, durante um programa televisivo ao vivo, o ministro apresentou explosivos, detonadores e cordões apreendidos em dois armazéns em Maturín (nordeste).

Insistindo no “perigo” que o material representava, Cabello afirmou que foram apreendidas “1.137 caixas” de explosivos, que continham “54.000 cargas ocas”.

Ele detalhou que oito pessoas foram detidas e que outras 10 a 12 ainda eram procuradas.

Ao menos 15 pessoas já tinham sido detidas no âmbito da operação em Caracas, onde o governo informou a descoberta de uma sacola com bananas de dinamite em uma praça comercial.

O ministro voltou a acusar a oposição, mencionando “vínculos desta gente com setores da oposição radicais, supostamente dirigidos pela senhora [María Corina] Machado da clandestinidade”.

“Temos informação muito clara de onde está. [Encontra-se] Protegida neste momento”, acrescentou, em alusão à líder opositora.

Machado vive na clandestinidade desde as eleições presidenciais de julho de 2024. A oposição, que nega sua participação em complôs, reivindica a vitória nesse pleito e assegura que o governo cometeu fraude para permitir que Maduro obtivesse um terceiro mandato de seis anos.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, declarou Maduro, no poder desde 2013, vencedor das eleições presidenciais, com 52% dos votos, mas sem publicar as atas de apuração, como prevê a lei.

A entidade eleitoral argumentou ter sido hackeada, uma hipótese que muitos observadores consideram inverossímil.

Os Estados Unidos, assim como vários países da América Latina e da União Europeia, não reconhecem a eleição de Maduro, que costuma acusar Machado de planos para desestabilizá-lo.

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