O uso de fotos de bancos de imagem para ilustrar uma nova campanha do governo federal causou polêmica nas redes sociais. Na peça, o presidente Jair Bolsonaro conversa por telefone com “Dona Maria Eulina”, de Penaforte, Ceará, que lhe pergunta sobre como está o projeto de transposição do Rio São Francisco no estado nordestino.

No entanto, a foto que identifica Maria Eulina no vídeo não é dela, mas de Célia Rossin, de 81 anos, moradora de Sertãozinho, no interior de São Paulo. De acordo com a coluna Painel, do Jornal Folha de S.Paulo, o retrato de Célia foi tirado pelo neto Mailson Pignata, de 32 anos, e disponibilizado em plataformas de banco de imagens.

Em entrevista à Folha, Célia afirmou que não se incomoda de aparecer na campanha e que a divulgação pode ser positiva para o neto. Porém, afirmou que não gostaria de receber uma ligação do presidente, como acontece na propaganda.

“Não quero, não. Ah, porque não”, disse ao ser questionada se gostaria de receber uma ligação de Bolsonaro.

De acordo com o neto de Célia, ele também não vê problema no uso de suas fotografias pela gestão Bolsonaro. “Não tenho implicância, não. Estão tentando fazer o trabalho deles e acharam uma maneira de fazer. Cada um tem a consciência do que faz”, afirmou à Folha.

Mailson também afirma que não se incomoda com o fato da imagem da avó ter sido usada como ilustração para as falas de Maria Eulina. “Não é a primeira vez, isso acontece nas campanhas mesmo. A partir do momento que a pessoa coloca a fotografia em um banco de imagens, ela está sujeita a qualquer coisa. É como uma atriz. Aceita qualquer papel”, explicou à coluna Painel.

Em nota à Folha, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) informou que o vídeo é uma “peça piloto inacabada que não deverá ser veiculada”. “De todo modo, a fim de sanar qualquer tipo de distorção dos fatos, o vídeo foi retirado do ar”, informou a Secom. O vídeo foi apagado das redes de Bolsonaro na sequência.