NOVA YORK, 01 OUT (ANSA) – O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, teria pedido ajuda à Itália para esclarecer a origem da investigação sobre supostas ajudas da Rússia à campanha eleitoral do presidente Donald Trump.   

Segundo os jornais The Washington Post e The New York Times, Barr teria se reunido com funcionários de alto escalão do Estado italiano na última sexta-feira (27) e pedido auxílio no inquérito conduzido por John Durham, o procurador de Connecticut convocado a investigar se o FBI agiu dentro da lei ao coletar informações sobre a campanha do presidente em 2016.   

A visita não teria sido a primeira de Barr à Itália para encontrar funcionários dos serviços de inteligência. Segundo o Washington Post, pedidos semelhantes foram feitos a outros países. Trump espera que a investigação conduzida pelo Departamento de Justiça desacredite as análises dos serviços secretos dos EUA sobre a interferência russa nas eleições.   

Entre esses países estaria a Austrália, cujo primeiro-ministro, Scott Morrison, teria sido pressionado por Trump a ajudar Barr na coleta de informações. A investigação do FBI sobre as interferências russas nas eleições teve início após diplomatas australianos terem informado que Moscou havia oferecido à campanha de Trump informações prejudiciais para Hillary Clinton.   

Esses funcionários compartilharam a informação com a polícia federal americana após uma reunião com George Papadopoulos, ex-colaborador da campanha do republicano, em maio de 2016. Na ocasião, Papadopoulos disse aos australianos que a Rússia tinha dados comprometedores sobre Hillary. Ele afirma ter sido informado pelo acadêmico maltês Joseph Mifsud, um suposto espião russo que foi visto pela última vez em 2017, como “professor visitante” em Roma. Depois disso, Mifsud desapareceu, segundo o New York Times.   

A viagem de Barr à Itália antecedeu uma visita oficial do secretário de Estado Mike Pompeo, que desembarcou em Roma nesta terça-feira (1º) e terá reuniões com o presidente Sergio Mattarella, o primeiro-ministro Giuseppe Conte e o chanceler Luigi Di Maio.   

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Pompeo terá de depor no Congresso dos EUA por ter participado do controverso telefonema no qual Trump pediu ajuda ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para investigar um caso envolvendo Hunter Biden, filho de Joe Biden, pré-candidato democrata à Casa Branca.   

A ligação motivou a abertura de um processo de impeachment contra Trump na Câmara dos Representantes. (ANSA)


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