WASHINGTON, 22 JUL (ANSA) – O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) a retirada do país da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a quem acusa de promover uma agenda “globalista e ideológica”.
Em nota, o Departamento de Estado dos EUA, chefiado por Marco Rubio, afirma que as políticas da Unesco contrariam o lema “América em primeiro lugar” e define como “altamente problemática” a decisão de admitir a Palestina como Estado-membro, em 2011.
Segundo o governo Trump, a postura da Unesco contribui para a “proliferação da retórica anti-israelense dentro da organização”. “A Unesco está empenhada em promover causas sociais e culturais divisivas e mantém uma atenção desproporcional sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda globalista e ideológica para o desenvolvimento internacional”, ressaltou o Departamento de Estado.
O presidente republicano já havia retirado os EUA da entidade em seu primeiro mandato, porém Washington acabou readmitido em junho de 2023, sob a gestão do democrata Joe Biden.
Na época, Trump justificou o rompimento com resoluções da Unesco contra Israel, incluindo uma que rejeita a soberania do país sobre Jerusalém, para onde o magnata deslocou a embaixada americana, apesar de a cidade também ser reivindicada por palestinos.
Em nota, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lamentou “profundamente” a decisão de Trump, que terá efeito a partir de 31 de dezembro de 2026, mas garantiu que a saída dos Estados Unidos já era esperada”.
“A Unesco se preparou para isso. Nos últimos anos, realizamos grandes reformas estruturais e diversificamos nossas fontes de recursos”, declarou. Segundo ela, a participação dos EUA no orçamento de organismos da ONU pode chegar a 40%, mas na Unesco essa fatia é de 8%.
Além disso, Azoulay rebateu as acusações de ser anti-Israel e destacou as ações da entidade na “educação sobre o Holocausto e na luta contra o antissemitismo”. “A Unesco continuará a realizar essas missões, apesar dos recursos inevitavelmente reduzidos”, assegurou. (ANSA).