Governo Trump envia ajuda milionária a Cuba após furacão Melissa

EUA destinaram US$ 3 milhões às regiões afetadas; governo cubano enfrenta embargo histórico da Casa Branca

Agricultor resgata seu cachorro e alguns pertences em Santiago de Cuba, após a passagem do furacão Melissa, em 29 de outubro de 2025 - AFP

O governo dos Estados Unidos, chefiado por Donald Trump, anunciou neste domingo, 2, uma ajuda humanitária de US$ 3 milhões (R$ 16 milhões, pela cotação atual) para os cubanos afetados pelo furacão Melissa, que devastou várias províncias do leste da ilha.

“Os EUA estão coordenando com a Igreja Católica a distribuição de três milhões de dólares em ajuda humanitária diretamente às pessoas do leste de Cuba mais afetadas pela devastação do furacão Melissa”, anunciou no X (antigo Twitter) o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental da Casa Branca.

Melissa, que no começo desta semana devastou regiões inteiras da Jamaica, impactou o leste de Cuba e causou inundações no Haiti, deixou cerca de 60 mortos no Caribe.

O governo cubano, que evacuou preventivamente mais de 700 mil pessoas, até o momento não reportou vítimas. No entanto, várias províncias do leste sofreram danos consideráveis, como desabamentos de casas, cortes de energia elétrica e devastação de colheitas.

Presidente dos EUA, Donald Trump 28/07/2025 Christopher Furlong/Pool via REUTERS

Presidente dos EUA, Donald Trump: antagonismo com governo cubano

EUA e Cuba têm antagonismo histórico

Na sexta-feira, o governo dos EUA, que mantêm um embargo econômico contra Cuba há mais de seis décadas, declarou que “apoia o corajoso povo cubano”. O Departamento de Estado afirmou estar “pronto para fornecer ajuda humanitária imediata, tanto diretamente quanto através de parceiros locais”, sem a intermediação do governo.

Se fosse sincera a vontade desse governo [dos EUA] de apoiar o nosso povo, teriam levantando sem condições o bloqueio criminoso e eliminado da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, onde nunca devíamos estar“, reagiu Roberto Morales Ojeda, membro do Birô Político do Partido Comunista de Cuba. Ele considerou a oferta americana como “indigna”.

No final de 2021, Washington voltou a incluir Cuba em sua lista de “patrocinadores do terrorismo”, o que levou a um endurecimento do embargo. O ex-presidente americano Joe Biden retirou a ilha da lista uma semana antes de deixar a Casa Branca, mas seu sucessor, Donald Trump, rapidamente restaurou a medida.

No passado, a Igreja Católica atuou frequentemente como mediadora entre os dois adversários ideológicos. No restante do Caribe, os Estados Unidos mobilizaram equipes de ajuda humanitária em República Dominicana, Jamaica, Bahamas e Haiti. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou na sexta-feira que Cuba estava incluída na iniciativa americana. Venezuela e México já enviaram ajuda a Cuba, além das agências da ONU.