Governo Trump acusa Moraes de perseguir Bolsonaro: ‘Estamos atentos’

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O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública do governo dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira, 24, por meio das redes sociais, que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é a peça-chave do que classificou como uma “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A publicação foi feita em resposta a um post do secretário de Estado americano, Marco Rubio, quando ele anunciou a suspensão do visto estadunidense a Moraes e outros ministros da Suprema Corte.

Em uma conta institucional, Beattie acusou o magistrado de ser o principal responsável por restringir a liberdade de expressão na América. Segundo o subsecretário, o governo dos EUA está adotando as providências necessárias sobre o assunto.

“O ministro Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro, o que, por sua vez, restringiu a liberdade de expressão nos EUA. Graças à liderança do presidente Trump e do secretário Rubio, estamos atentos e estamos tomando providências”, afirmou.

Essa não é a primeira vez que Darren critica o ministro. No dia 14 de julho, o subsecretário relatou que Trump havia decidido pela aplicação de tarifas de 50% ao Brasil como consequência contra as ações de Moraes e do governo Lula “por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA”.

Vale destacar que o órgão chefiado por Beattie é responsável pelas relações diplomáticas e pela facilitação de negócios com outros países, incluindo o Brasil.

Relação ruim

A publicação do subsecretário ocorre um dia após Trump anunciar que aplicou tarifas de 50% contra países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”. O Brasil não foi citado diretamente pelo republicano.

Durante um evento em Washington D.C., Trump explicou que as tarifas variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.

“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, completou.

No início de julho, Trump anunciou a tarifa de 50% ao Brasil devido, em partes, aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

Na carta, o republicano mencionou Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”. O capitão da reserva é réu em um processo no STF sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — na qual foi derrotado por Lula.

Por fim, o presidente americano disse que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta” e determinou a abertura de uma investigação sobre supostas práticas desleais do governo brasileiro.