Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública do governo dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira, 24, por meio das redes sociais, que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é a peça-chave do que classificou como uma “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A publicação foi feita em resposta a um post do secretário de Estado americano, Marco Rubio, quando ele anunciou a suspensão do visto estadunidense a Moraes e outros ministros da Suprema Corte.
Em uma conta institucional, Beattie acusou o magistrado de ser o principal responsável por restringir a liberdade de expressão na América. Segundo o subsecretário, o governo dos EUA está adotando as providências necessárias sobre o assunto.
“O ministro Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro, o que, por sua vez, restringiu a liberdade de expressão nos EUA. Graças à liderança do presidente Trump e do secretário Rubio, estamos atentos e estamos tomando providências”, afirmou.
Justice Moraes is the beating heart of the persecution and censorship complex against Jair Bolsonaro, which has in turn curtailed freedom of speech in America. Thanks to the leadership of President Trump and Secretary Rubio, we are taking notice and we are taking action. https://t.co/1okwHwhIhj
— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) July 24, 2025
Essa não é a primeira vez que Darren critica o ministro. No dia 14 de julho, o subsecretário relatou que Trump havia decidido pela aplicação de tarifas de 50% ao Brasil como consequência contra as ações de Moraes e do governo Lula “por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA”.
Vale destacar que o órgão chefiado por Beattie é responsável pelas relações diplomáticas e pela facilitação de negócios com outros países, incluindo o Brasil.
Relação ruim
A publicação do subsecretário ocorre um dia após Trump anunciar que aplicou tarifas de 50% contra países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”. O Brasil não foi citado diretamente pelo republicano.
Durante um evento em Washington D.C., Trump explicou que as tarifas variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.
“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, completou.
No início de julho, Trump anunciou a tarifa de 50% ao Brasil devido, em partes, aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
Na carta, o republicano mencionou Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”. O capitão da reserva é réu em um processo no STF sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — na qual foi derrotado por Lula.
Por fim, o presidente americano disse que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta” e determinou a abertura de uma investigação sobre supostas práticas desleais do governo brasileiro.