Embora nas redes sociais muita gente se refira a Bolsonaro como “nazifascista”, não podemos afirmar que o atual presidente seja defensor dos métodos nazistas de Adolf Hitler. Pelo contrário. Ele tem afinidade grande com a comunidade judaica e uma admiração confessa por Israel, as maiores vítimas do nazismo. Portanto, não se pode concordar com a tese de que Bolsonaro chegou a pensar em não demitir o secretário de Cultura, Roberto Alvim, por concordar com seus posicionamentos bestiais, expressos naquele vídeo sórdido.

Mas é fato que Bolsonaro vacilou ao não demitir o secretário imediatamente, logo que tomou conhecimento da gravação. Precisou receber reprimendas até do presidente do Senado, o judeu Davi Alcolumbre, para, só depois, despachar o secretário, claramente entusiasta do nazista Joseph Goebbels. Antes da demissão, Bolsonaro foi almoçar tranquilamente com oficiais da Marinha, e, num primeiro momento, chegou a aceitar os argumentos de Alvim de que tudo não passara de uma grande coincidência. O problema é que todos conhecem o pendão autoritário de Bolsonaro, defensor inconteste de ditaduras que, em algumas situações, em muito se assemelharam com as posturas adotadas por fascistas. O presidente sempre elogiou a ditadura militar que prendeu, torturou e assassinou centenas de brasileiros, tendo como ídolo o coronel Brilhante Ustra, o maior torturador de presos políticos do País. Até o general Pinochet, que liderou um regime militar dos mais sangrentos no Chile, ele faz questão de enaltecer.

No passado, defendeu o fechamento do Congresso e o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso. Seu filho, o deputado Eduardo, sugeriu o fechamento do STF, além da volta do AI-5, que cassou mandatos de inúmeros políticos, além de outras atrocidades.

Pior. Bolsonaro estimula, no governo, a adoção de práticas pouco democráticas. Para ele, filmes como “Bruna Surfistinha” não seriam produzidos. Somente películas com caráter religioso deveriam ser incentivadas. A imprensa livre, segundo ele, deveria ser aniquilada e “morrer” de inanição, sem verbas públicas. Por isso, nada viu de ilegal na postura de seu chefe da Secom, Fábio Wajngarten, que recebe mesadas de emissoras de televisão para as quais reserva milionárias verbas publicitárias públicas.
Vive a xingar jornalistas, mandando-os calarem a boca e não admite a liberdade de expressão, tanto nas comunicações, como na cultura ou na educação. É um presidente cercado por gente desqualificada. Ele próprio é um protótipo de mandatário de republiqueta de bananas. Bolsonaro não é nazista, mas flerta com os que são.

Bolsonaro não é nazista, mas flerta com os que são

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