Israel “utiliza a fome como arma de guerra” em Gaza, acusou o Ministério de Relações Exteriores da África do Sul nesta quarta-feira (5) em um comunicado sobre o bloqueio à ajuda humanitária imposto pelo exército israelense desde domingo.
“Impedir a entrada de alimentos em Gaza é a continuação do uso da fome como arma de guerra por Israel”, afirmou a chancelaria sul-africana, que apresentou uma queixa de genocídio contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça.
Um frágil cessar-fogo desde janeiro permitiu que a ajuda humanitária chegasse a Gaza antes de Israel anunciar no domingo que bloquearia as entregas até que o Hamas concordasse com suas condições para uma extensão da trégua.
“O povo de Gaza está passando por um sofrimento incomensurável e precisa urgentemente de comida, abrigo e suprimentos médicos”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
“A África do Sul apela à comunidade internacional para que Israel seja responsabilizado”, acrescentou.
Israel afirmou que quer estender a primeira fase do cessar-fogo até meados de abril. O Hamas, que desencadeou a guerra em Gaza com seu ataque a Israel em outubro de 2023, insiste em uma transição para a segunda fase do acordo, que deve levar ao fim permanente da guerra.
A África do Sul apresentou uma ação na Corte Internacional de Justiça em dezembro, argumentando que a guerra em Gaza viola a Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948, uma acusação que Israel negou veementemente.
Vários países apoiam esse processo, incluindo Espanha, Bolívia, Colômbia, México, Turquia, Chile e Líbia.
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