Interpelado por um seguidor, que reclamava da possibilidade de o Brasil comprar a vacina sino-brasileira, à época adquirida pelo governador João Doria (PSDB-SP), o presidente Jair Bolsonaro respondeu taxativamente no Twitter: “não será comprada”.

Dias depois, o general-fantoche – um sedizente especialista em logística que não distingue os hemisférios sul e norte – e atual ministro da Saúde (ao menos até hoje, 8 de janeiro), anunciou a aquisição de 54 milhões de doses da famigerada “vachina”.

Em tempo: Jair Bolsonaro, também pelo Twitter, afirmou que a CoronaVac poderia causar mortes, invalidez e anomalias. E mais: comemorou, recentemente, boatos que diziam que o imunizante não seria muito eficaz contra a Covid-19.

Porém, no dia seguinte ao anúncio da compra das 54 milhões de doses, pressionado pela militância fanática e por aliados extremistas, o parça do Queiroz declarou: “já mandei cancelar. O presidente sou eu. Não abro mão da minha autoridade”.

Como o “mito” é um negacionista convicto, e desde sempre demonizou qualquer tipo de vacina ou providência contra o coronavírus (máscaras, distanciamento social, etc), fomos ficando para trás na corrida por imunizantes e insumos necessários.

Enquanto tantas nações e governos ocupavam-se de ciência e planejamento, ficamos à mercê da política suicida de um psicopata obscurantista, que até hoje prega um tal de “tratamento precoce”. Novamente perdemos o bonde da história.

Mais de 50 países estão vacinando suas populações. Por lá não faltam insumos, e a logística necessária caminha bem. Com isso, cerca de 15 milhões de terráqueos foram imunizados, e não há conhecimento de efeitos colaterais mais graves.

Já no Brasil que Bolsonaro construiu, sobram cloroquina e vermífugos, mas faltam vacinas, seringas e agulhas. Resultado: 8 milhões de contaminados, 200 mil mortos e uma pandemia totalmente fora de controle.

Menos mau que, finalmente, nesta quinta-feira (07), o governo federal anunciou a compra de 100 milhões de doses da “vacina do Doria”. Ainda que a contragosto, pois todas as demais portas (leia-se, demais vacinas) foram fechadas para o País.

Assim, mais uma vez, Bolsonaro desmente Bolsonaro. O Maridão da “Micheque” ora ofende, ora “paga pau” aos ofendidos. Este caso é apenas mais um. E não será o último. O papis do senador das rachadinhas é o que popularmente conhecemos por “arregão”.