Governo propõe rescisão de contratos de térmicas do leilão emergencial da crise hídrica

Governo propõe rescisão de contratos de térmicas do leilão emergencial da crise hídrica

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério de Minas e Energia abriu consulta pública com proposta de rescisão dos contratos assinados com usinas termelétricas que venceram o leilão emergencial realizado no ano passado para fazer frente à crise hídrica.

Apresentada às vésperas do segundo turno das eleições no próximo domingo, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta a reeleição, a medida busca reduzir custos com a geração de energia elétrica, respeitando as regras do leilão e preservando o fornecimento de energia elétrica, disse o ministério, em comunicado.

A minuta de portaria autoriza a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rescindir os contratos de energia das usinas que entraram em operação dentro dos prazos estipulados e que estão adimplentes com suas obrigações.

Nesses casos, seria uma “rescisão amigável”, sem ônus para as partes. Os geradores que concordarem terão 30 dias, após a publicação da portaria de diretrizes, para apresentar à Aneel o termo de aceitação.

Já para as usinas que atrasaram e não cumpriram com os prazos contratuais, os contratos seriam rescindidos por inadimplência, com consequente cobrança das penalidades de multa, conforme regras estabelecidas nos próprios contratos.

A maioria dos empreendimentos contratados emergencialmente no ano passado, a custos de mais de 30 bilhões de reais para os consumidores, não entrou em operação nos prazos estabelecidos.

Os principais projetos atrasados, que discutem a situação de seus contratos na Aneel, são os da empresa turca Karpowership e da Âmbar Energia, do grupo J&F.

“A rescisão amigável, bem como a redução da geração contratada, já vinha sendo solicitada por alguns geradores à Aneel e ao ministério”, disse o governo.

“Além disso, o Tribunal de Contas da União tem apontado a necessidade da análise de alternativas para a redução dos custos do PCS, entre elas a rescisão contratual”.

A consulta pública fica aberta até 28 de novembro.

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI9R0GK-BASEIMAGE