LIMA, 14 FEV (ANSA) – O governo do Peru anunciou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “não é bem vindo” na próxima edição da Cúpula das Américas, que será realizada em Lima entre os dias 13 e 14 de abril.   

A decisão de “desconvidar” o mandatário foi apoiada pelo chamado Grupo de Lima, entidade que reúne os governos de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.   

“O governo do Peru decidiu reconsiderar a participação do Governo da Venezuela da VIII Cúpula das Américas, em Lima. Os membros do Grupo de Lima respeitam essa decisão”, disse um comunicado oficial emitido na noite desta terça-feira (13).   

A decisão peruana se baseia na declaração adotada na terceira edição do encontro internacional, realizada em Quebec, no Canadá, e que destaca que “qualquer alteração ou ruptura inconstitucional da ordem democrática em um Estado do Hemisfério constitui um obstáculo insuperável para a participação” no evento regional.   

O comunicado ainda rechaçou a antecipação das eleições presidenciais no país, para abril deste ano, destacando a “ausência de todos os atores políticos” nacionais e sem a “participação e observação de órgãos internacionais”.   

“As eleições que não cumprem com essas condições cerceiam toda a legitimidade e credibilidade. [Caracas] não pode fazer eleições livre e justas com presos políticos”, destaca ainda.   

Os organizadores ainda informam que “tomaram conhecimento” do relatório da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos sobre a deterioração interna e da crise nesse país e exigiram que o governo Maduro “abra um corredor humanitário que ajude a diminuir os graves efeitos do desabastecimento de alimentos e medicamentos”.   

A nota foi divulgada após o fracasso nas negociações entre o governo e os opositores venezuelanos, organizados sob a Mesa de Unidade Democrática (MUD), na última semana. Por conta do impasse, a coalizão não poderá participar das eleições presidenciais antecipadas como bloco, enfraquecendo substancialmente os adversários de Maduro, que tentará a reeleição. (ANSA)