26/06/2021 - 15:11
O governo da Colômbia ofereceu neste sábado US$ 795 mil de recompensa por informações que levem à captura dos responsáveis pelo ataque de sexta-feira contra o helicóptero em que viajava o presidente Iván Duque, perto da fronteira com a Venezuela.
“Se oferece uma recompensa de até três bilhões de pesos para a pessoa (…) que permita encontrar os responsáveis por este atentado terrorista”, anunciou o ministro da Defesa, Diego Molano, na cidade de Cúcuta, em Norte de Santander.
O comandante geral da polícia, general Jorge Vargas, afirmou que os tiros partiram de um bairro na mesma cidade, próximo do aeroporto de onde decolou o helicóptero presidencial.
“Uma equipe de busca foi mobilizada no setor e foram encontrados dois fuzis”: um AK-47 cujo número de registro está sendo investigado e outro calibre 7,52 “com a marca das Forças Armadas da Venezuela”, disse.
Duque viajava ao lado dos ministros da Defesa e do Interior, além do governador de Norte de Santander. Todos estavam no helicóptero que partiu de Sardinata com destino a Cúcuta.
Imagens divulgadas pela presidência mostram vários impactos de tiros na cauda e na hélice principal. Nenhum ocupante sofreu ferimentos.
O ataque foi condenado pela ONU, Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
O presidente compareceu durante a tarde a um evento na região de Catatumbo, uma das áreas com mais cultivo de drogas do país, principal exportador de cocaína do mundo.
Dissidentes das Farc, militantes do ELN e outros grupos armados disputam o controle do narcotráfico nesta região, aproveitando a fronteira porosa de 2.200 quilômetros entre Colômbia e Venezuela.
Há 11 dias, um carro-bomba explodiu dentro de uma instalação militar de Cúcuta, deixando 36 feridos. Na base estavam soldados americanos que prestam assessoria na luta contra o narcotráfico.
Duque acusou em várias ocasiões o presidente Nicolás Maduro de refugiar em território venezuelano dissidentes e tropas do ELN, guerrilha que na quinta-feira anunciou uma troca em seu comando.
Bogotá e Caracas romperam relações pouco depois da chega de Duque ao poder em agosto de 2018.
O país enfrenta o pior momento da violência desde a assinatura do acordo de paz, com vários massacres que o governo atribui aos grupos financiados pelo narcotráfico.