ROMA, 4 SET (ANSA) – O governo de Giorgia Meloni garantiu nesta quinta-feira (4) que irá proteger os italianos envolvidos na missão da Global Sumud Flotilla, que visa romper o cerco israelense para entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza. No entanto, a administração vê a iniciativa como “um propósito simbólico e político, que não irá acabar com a fome no enclave”.
“O governo italiano garante que irá adotar todas as medidas necessárias para proteger seus cidadãos no exterior em situações análogas, como sempre fez”, declarou a primeira-ministra, Meloni, em resposta à secretária do partido Democrático, Elly Schlein, que ontem questionou, em carta, como o país pretende oferecer segurança a seus três deputados e um senador, além do líder islâmico na Itália, que foram confirmados na expedição.
Apesar de garantir a proteção de seus cidadãos, a premiê fez uma ressalva ao dizer que “a utilização dos canais humanitários já ativos evitaria expor os participantes da iniciativa Global Sumud Flotilla aos riscos de uma zona em crise”.
“Como é sabido, o governo italiano desenvolve um trabalho prioritário em assistência à população civil [do enclave] através da iniciativa humanitária Food for Gaza, com a qual foi possível distribuir mais de 200 toneladas de itens de primeira necessidade, alimentos e medicamentos, inclusive em áreas mais isoladas e de difícil acesso em Gaza”, afirmou Meloni, reconhecendo, em seguida, que a flotilha composta por 40 barcos, que carrega ativistas de diversas partes do mundo, como a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, além de personalidades de outros setores, “também pode ter um propósito simbólico ou político e que, portanto, pretende continuar independentemente do exposto”.
A declaração da líder de Roma foi reforçada pelo vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani.
“Daremos assistência diplomática e consular aos italianos na Global Flotilla, como fazemos com todos os nossos cidadãos pelo mundo”, disse ele, que não acredita que a ajuda humanitária a ser levada pela expedição “possa dar uma contribuição significativa” às necessidades da população palestina em Gaza.
“Trata-se de um gesto simbólico e político, legítimo, mas não resolve a fome”, afirmou Tajani.
Devido ao mau tempo na Espanha, que atrasou a partida da primeira etapa da expedição, os barcos da flotilha devem sair da Itália no próximo dia 7. (ANSA).