Certamente não foram Lula e o PT os responsáveis pelo atraso brasileiro frente ao mundo desenvolvido nos últimos 50 anos, mas também eles, afinal, é o maior partido político do País e responsável por décadas de administrações municipais, estaduais e federais – umas mais, outras menos – desastradas e desastrosas em diversos setores.

Um exemplo concreto ocorre atualmente em Belo Horizonte, onde sindicatos ligados ao PT, partidos satélites de esquerda, vereadores, deputados e ministros do governo Lula tentam reverter a privatização do trem (que chamam de metrô) da capital, uma estrovenga inútil que só nos últimos 5 anos levou mais de 1.2 bilhão de reais da nossa grana.

Não, nem toda privatização é boa ou resolve tudo, mas qualquer privatização é melhor que a mão pesada, ineficiente e corrupta do aparelho estatal, principalmente quando na mão de políticos e governantes arcaicos e mofados. O PT, e Lula reafirmou isso em discurso recente, é contra toda e qualquer privatização. Simples assim, triste assim.

MODUS OPERANDI PETISTA

O lulopetismo, historicamente, se contrapõe a tudo e todos que não rezam sua cartilha. É sabotador contumaz de quaisquer medidas propostas – boas ou ruins, não importa! – por outros governos. Plano Real, por exemplo. A lei da Responsabilidade Fiscal e até mesmo a Constituição de 1988 (chamada de Constituição Cidadã).

Outra característica petista é acusar os outros daquilo que faz, e quando faz igual inventa uma desculpa ou relativização qualquer. A corrupção, por exemplo, nos governos petistas é chamada de “erro”, ou “malfeito”. Agora mesmo, no caso da ministra do Turismo, francamente ligada a milicianos, temos tal prática em andamento.

A moça é umbilicalmente ligada a um assassino de aluguel e a um réu por extorsão e porte de armas ilegais. Mas para Lula e os aliados, tudo bem! “Fofoca da oposição”. Como assim, pô? Com toda e devida razão, essa gente chamava o clã Bolsonaro de “familícia”, por causa da proximidade com criminosos como Queiroz e o tal Capitão Adriano.

Aliás, causa ainda mais perplexidade a origem e a pasta da ministra Daniela Carneiro (Daniela do Waguinho!!), pois do berço da criminalidade carioca e da pasta do Turismo, justamente um setor em franca decadência no País e duramente, dentre outros fatores, atingido pela criminalidade e a violência urbana descontrolada.

TURISMO ZERO

O Brasil, todos sabem, reúne condições mais do que favoráveis para o turismo. Temos praias, montanhas, cachoeiras, florestas, enfim… Temos clima bom o ano inteiro! E temos, infelizmente, uma moeda fraca, que poderia servir de atração para o turismo estrangeiro. Contudo, nos falta infraestrutura, organização e, sim!, o mínimo de segurança.

Eu pergunto: como uma ministra ligada a milicianos poderá divulgar (com credibilidade) o turismo nacional no exterior? Irá dizer o quê sobre o crime organizado fluminense: “São meus amigos”? Ou terá coragem, e moral, para dizer: “Estamos combatendo e seremos duros com as milícias” Ora, esta senhora nem deveria ter assumido.

Durante o governo Bolsonaro, lembremos, o também ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido no início do mandato após ser implicado em suposto crime eleitoral. E seu sucessor, Gilson Machado, não fez nada no governo senão puxar o saco do chefe, tocando sanfona naquelas lives horrorosas de quinta-feira.

A participação brasileira no fluxo mundial de turistas é pífia, de apenas 1%. Nem as recentes Olimpíadas e Copa do Mundo ajudaram a melhorar a atração de visitantes. A Baía de Ha Long, no Vietnã, recebe, por ano, mais turistas (6.2 milhões) do que nós. O México, nosso vizinho, atrai 45 milhões de pessoas anualmente – o Brasil, pouco mais de 6 milhões.

Somos vistos também como um dos piores países para receber o público LGBTQIA+ e mulheres que viajam sozinhas. Para piorar, nossa imagem de “turismo ambiental” se deteriorou sobremaneira nos últimos anos. Outro impeditivo é a própria extensão territorial do País e a precária – e caríssima! – malha aérea. Ou seja, motivos abundam,

PÚBLICO x PRIVADO

Como quase tudo em nosso País, falta vontade política e honestidade intelectual para que mudemos esse cenário dramático. Poder Público e Iniciativa Privada precisariam caminhar juntas, mas é o próprio Estado brasileiro o primeiro a “jogar contra”. O excesso de politização e regulamentação, além de “olho grande”, impedem qualquer progresso.

Em Belo Horizonte, o Atlético trava verdadeira batalha para conseguir terminar a construção de seu novo estádio – a Arena MRV. Desde o início, desde o primeiro rabisco enfrentou – e enfrenta – um aparelho estatal quase intransponível e multimilionário. Acreditem, mas até o STF atuou contra! Como atuaram meio-ambiente, Ministério Público e prefeitura municipal.

Condicionantes na casa de 250 milhões de reais (25% do valor da obra!!), burocracia infernal e falta de apoio das autoridades atrasam e encarecem um equipamento com potencial turístico (futebol, música, convenções etc.) gigantesco. O efeito multiplicador na economia (transporte, hotelaria, alimentação…) é imenso, mas desprezado pelos governos.

Comecei falando do PT, mas o problema é apartidário. Comecei falando de turismo, mas ocorre em todos os segmentos. Nossa cultura política, social e empresarial, infelizmente, insiste em não acompanhar o progresso, e ficamos cada vez mais relegados ao atraso, e à mercê de políticos incapazes de corresponder às mínimas expectativas de crescimento.