O governo federal classificou como “ofensivo” o tom adotado por autoridades venezuelanas em relação ao Brasil nas últimas semanas e afirmou “respeitar plenamente” a soberania de seus países vizinhos.

“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo (…) O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho”, concluiu a nota oficial, emitida pelo Ministério das Relações Exteriores nesta sexta-feira, 1º.

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O que aconteceu

Em julho, o presidente Nicolás Maduro foi reeleito pela segunda vez na Venezuela, mas o processo teve acusações de fraude de entidades internacionais que acompanharam a votação e lideranças da oposição local, que sofreram retaliações do governo autoritário.

Apesar da parceria histórica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Maduro, o governo brasileiro pediu reiteradamente a divulgação das atas eleitorais do pleito e evitou reconhecer a reeleição.

Em resposta, nas últimas semanas, o governo venezuelano chamou de volta a Caracas o embaixador do país em Brasília, Manuel Vadell, ao mesmo tempo e que convocou o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Caracas, Bruno Herman, para conversas na chancelaria — a embaixadora brasileira, Glivânia de Oliveira, não está no país.

Na linguagem diplomática, o gesto é sinal de profundo desagrado com alguma atitude de outro país.