10/01/2020 - 14:16
ROMA, 10 JAN (ANSA) – Após um fim de ano turbulento por causa da tramitação da Lei Orçamentária, o governo da Itália se prepara para revogar os “decretos de imigração e segurança” instituídos por Matteo Salvini em seu período como ministro do Interior.
Criticadas pela esquerda, hoje integrante da base aliada com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), essas medidas aboliram a permissão de estadia por motivos humanitários no país e deram ao ministro do Interior a prerrogativa de proibir a entrada de navios em águas territoriais italianas.
Além disso, os “decretos Salvini” instituíram multas de até 1 milhão de euros para ONGs que navegam em águas da Itália sem permissão e autoriza a prisão em flagrante de comandantes que apresentarem “resistência” contra as autoridades.
Esse último dispositivo foi escrito após a capitã alemã Carola Rackete, que chegou a ficar presa na Itália, ter forçado a entrada do navio da ONG Sea Watch no porto de Lampedusa.
“Os decretos Salvini serão alterados em janeiro. Talvez pudéssemos ter feito isso antes, mas entramos no túnel da Lei Orçamentária e não foi possível”, disse Nicola Zingaretti, governador do Lazio e líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), na última terça-feira (7).
A revogação dos decretos foi uma das exigências do PD para se aliar ao M5S, que governava a Itália em coalizão com Salvini, e também é uma bandeira das “sardinhas”, movimento surgido no fim do ano passado para conter o avanço da extrema direita no país.
Já o ex-ministro do Interior prometeu montar “barricadas dentro e fora do Parlamento” para impedir a revogação de seus decretos.
(ANSA)