ROMA, 09 MAR (ANSA) – A Associação Italiana de Jogadores (AIC) e o ministro do Esporte do país, Vincenzo Spadafora, estão pressionando a Lega Serie A para suspender a principal divisão do futebol nacional. No entanto, a entidade vem seguindo firme na decisão de realizar os jogos com portões fechados.   

As partidas adiadas da 26ª rodada do Campeonato Italiano foram disputadas neste final de semana e organizadas sem a presença de nenhum torcedor. O derby regional entre Parma e Spal, no estádio Ennio Tardini, iniciou somente depois de 75 minutos de atraso.   

“Parar o futebol é a ação mais útil para o país neste momento.   

As equipes em que deveríamos estar torcendo estão jogando em nossos hospitais e centros de emergência”, escreveu o presidente da AIC, Damiano Tommasi.   

Spadafora, por sua vez, apoiou o pedido de suspensão da AIC. O ministro afirmou que “não faz sentido” a realização das partidas.   

“Partilho da opinião de Damiano Tommasi, presidente da AIC , e me uno à sua convocação para suspender a liga. Não faz sentido, neste momento, enquanto pedimos aos nossos cidadãos enormes sacrifícios para impedir a propagação do contágio, arriscar a saúde de jogadores, árbitros, treinadores, torcedores que certamente se reunirão para assistir aos jogos, apenas para proteger os interesses. que giram em torno do esporte”, afirmou Spadafora.   

A Lega Serie A, organizadora da primeira divisão do futebol italiano, se defendeu dizendo que “mensagens contrastantes do governo apenas aumentam a confusão”.   

O ministro das Relações Exteriores do país, Luigi Di Maio, afirmou que no momento “é melhor não jogar” partidas de futebol e apoiou o ministro Spadafora.   

Outro que também concorda com a paralisação do Campeonato Italiano é o atacante Mario Balotelli, do Brescia. “O dinheiro não vale a nossa saúde, temos que acordar. Eu já não vejo meus filhos por causa desse maldito coronavírus, porque como você sabe, eles não moram na Lombardia, então já é irritante e triste. Por que eu deveria [jogar] ? Divertir alguém? Ou para impedi-los de perder dinheiro? Não seja ridículo! Supere-se, já tivemos bastante. Você não pode brincar com saúde”, escreveu o centroavante.   

– Impacto do coronavírus nas Séries B, C e D – Na segunda divisão, o clima é muito semelhante. As últimas partidas do torneio foram realizadas com portões fechados e diversos personagens da competição estão pedido a suspensão da Série B.   

O presidente do Frosinone, Maurizio Stirpe, mandou uma carta ao presidente da Lega Serie B, Mauro Balata, pedindo a suspensão do torneio. Já Filippo Inzaghi, técnico do líder Benevento, também apoiou a ideia de que o torneio seja paralisado.   

“Tenho dificuldade em falar sobre futebol agora. Esses caras merecem voltar ao campo com o estádio cheio e desfrutar de uma campanha histórica. Espero que eles parem tudo, seguir em frente com isso não faz sentido. A saúde vem primeiro, o futebol deve voltar quando for a hora certa”, disse Inzaghi em entrevista à ANSA.   

No domingo (8), os atletas do Pescara entraram em campo para o jogo contra o Benevento com máscaras de proteção. O jogo foi no estádio Ciro Vigorito, no sul do país, e os jogadores biancoazzurri tiraram as máscaras pouco antes do início do duelo.   

“Preocupados com a saúde de nossos jogadores e dos adversários, fomos ao campo usando máscaras protetoras. Estas serão removidas somente após pedido do árbitro, pois não estão previstos no regulamento”, informou o Pescara em suas redes sociais.   

Já dois jogadores do Cosenza se recusaram a viajar para Verona e disputar o jogo contra o Chievo, marcado para esta segunda-feira (9), às 17h (horário de Brasília).   

Na Série C, a Pro Vercelli, heptacampeã do Campeonato Italiano, anunciou hoje (8) que não disputará nenhum jogo até que a epidemia do novo coronavírus seja resolvida. A Lega Nazionale Dilettanti (LND), por sua vez, suspendeu até o dia 3 de abril todas as partidas da Série D. Segundo o presidente da entidade, Cosimo Sibilia, “o objetivo principal é a proteção da saúde de todos aqueles que estão envolvidos” no campeonato.(ANSA)