Governo italiano prepara 12º pacote de ajuda militar à Ucrânia

ROMA, 3 NOV (ANSA) – O governo italiano reafirmou o compromisso do país com a Ucrânia e anunciou que está preparando um novo pacote de ajuda militar para o país invadido pela Rússia.   

Este será o 12º desde o início da guerra, deflagrada em fevereiro de 2022. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3) pelo ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, durante evento no Palácio do Exército, em Roma.   

“Continuamos ajudando Kiev com o que podemos”, afirmou o ministro, explicando que a assistência fornecida até o momento tem sido mantida de forma sigilosa para não enfraquecer ainda mais o sistema de defesa nacional.   

Crosetto também comentou a decisão da Alemanha de enviar sistemas de defesa Patriot para a Ucrânia, ressaltando que cada país faz o que está ao seu alcance.   

Quanto aos Patriots enviados pela Alemanha, aquele país os possui e pode enviá-los. Nós enviamos tudo o que tínhamos”, afirmou ele, enfatizando que a Itália já contribuiu de maneira significativa com o que estava disponível.   

Segundo o ministro italiano, o governo da premiê Giorgia Meloni vai “elaborar um novo pacote” de ajuda militar, que será apresentado “em breve” e terá os “mesmos moldes dos demais”.   

Já em relação à questão dos gastos com a defesa, Crosetto não hesitou em reforçar que o aumento desses investimentos é uma necessidade, não uma questão política. Para ele, em “tempos como estes, é um pré-requisito para a paz na Itália”.   

O ministro acrescentou que, caso a situação mundial melhore nos próximos anos, o governo italiano estará disposto a reduzir esses investimentos.   

Por fim, Crosetto previu que a recuperação de todos os territórios ucranianos, especialmente a Crimeia, será uma tarefa difícil. “É improvável que a Ucrânia consiga reconquistar todos os seus territórios, especialmente a Crimeia, que não pertence a ela desde 2014”, afirmou.   

Para o ministro, a questão sobre os limites territoriais da Ucrânia deve ser discutida com as autoridades ucranianas, embora tenha enfatizado que, até o momento, a Rússia não demonstrou qualquer intenção de negociar a paz.   

“O maior problema é que a Rússia até agora nem sequer demonstrou vontade de negociar a paz, nem mesmo quando se fala em ceder territórios”, reforçou ele, criticando a narrativa em torno dos territórios de língua russa, chamando-a de “completa loucura”.   

(ANSA).