ROMA, 13 FEV (ANSA) – Após a denúncia de que os computadores do Ministério das Relações Exteriores da Itália foram alvos de ataques hackers no ano passado, fontes da Farnesina informaram à ANSA que atividades semelhantes já haviam sido detectadas na “primavera de 2014”.   

Segundo as informações, as espionagens contra a Chancelaria ocorreram ainda na época em que Federica Mogherini era a responsável pelo órgão. Atualmente, a italiana ocupa um dos mais altos cargos na União Europeia, sendo a alta representante para a Política Externa e a Segurança do bloco.   

Por causa disso, em julho de 2015, a Procuradoria de Roma abriu uma investigação formal sobre o caso após ser notificada pelo Centro Nacional Anticrimes de Informática da Polícia Postal (Cnaipic, na sigla em italiano).   

No entanto, até o momento, o processo corre contra “desconhecidos” por crimes de aquisição de informação sobre a segurança do Estado, acesso abusivo a sistema informático agravado, interceptação ilícita de comunicação e espionagem político-militar.   

Na última semana, o jornal britânico “The Guardian” publicou uma matéria informando que a Farnesina teria sido alvo de ataques cibernéticos de russos no ano passado, sob o “patrocínio” de Moscou. À época, o cargo de chanceler era exercido pelo atual primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, que não teria sido interceptado porque o ato não atingiu a comunicação com criptografia.   

Ainda no dia 11 de fevereiro, o governo italiano informou que o ataque publicado pelo periódico já era “um caso que tínhamos conhecimento”. Segundo fontes consultadas pela ANSA, após essa ação, foram tomadas medidas para “reforçar” a segurança dos dados.   

Moscou se defendeu da acusação e disse que “não há fatos que comprovem essa afirmação” do jornal.   

A Rússia ficou bastante em destaque sobre a questão de ataques hackers após acusações do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que ações do tipo foram perpetradas contra o Partido Democrata. Isso teria “ajudado” Donald Trump a se eleger.   

Após a denúncia, os governos da Europa também revelaram o temor de que os comandados de Vladimir Putin possam interferir em uma série de eleições importantes que serão realizadas no continente neste ano. (ANSA)