Governo israelense confirma polêmico David Zini como chefe do Shin Bet

O governo de Israel confirmou nesta terça-feira (30) a nomeação de David Zini como chefe da agência de inteligência interna Shin Bet, uma figura que provoca rejeição entre os familiares dos reféns de Gaza.

“O governo aprovou por unanimidade a nomeação de David Zini como chefe do Shin Bet por um período de cinco anos”, informou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em um comunicado.

O general da reserva pertence ao movimento sionista religioso de extrema direita e se opôs às negociações para a libertação de reféns em mãos do Hamas.

Ele também descreveu o conflito de Israel com o movimento islamista palestino como “uma guerra eterna”. Esses comentários provocaram a indignação dos familiares dos cativos na Faixa de Gaza.

Zini, que assumirá o cargo em 5 de outubro, também é alvo de escrutínio pelo que seus críticos chamam de sua visão “messiânica”, uma etiqueta que ele próprio aceitou em um discurso em junho.

O termo está relacionado ao movimento de colonos que considera que a Cisjordânia ocupada e Gaza pertencem a Israel.

Sua nomeação ocorre após a destituição, por parte de Netanyahu, do chefe do Shin Bet, Ronen Bar, após uma longa disputa com sua procuradora-geral.

Durante o mandato de Bar, o Shin Bet abriu uma investigação sobre os supostos pagamentos do Catar a assessores de Netanyahu em um caso denominado “Catargate”, que, segundo a imprensa israelense, levou à sua destituição.

Netanyahu afirmou nesta terça-feira que “a realidade após 7 de outubro” exigia “um novo chefe do Shin Bet vindo de fora da organização”, em referência ao fracasso dos serviços de inteligência em evitar o ataque do Hamas a Israel em 2023, que desencadeou a atual guerra em Gaza.

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