O governo do Irã anunciou nesta segunda-feira (4) que a taxa de participação nas eleições legislativas de sexta-feira foi de 41%, o número mais baixo desde o início da Revolução Iraniana.

No total, 25 milhões dos 61 milhões de eleitores “participaram, o que representa uma taxa de 41%”, declarou o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, em uma coletiva de imprensa.

Esta é o número mais baixo de adesão a uma eleição legislativa no Irã desde a revolução de 1979.

Antes do pleito, houve apelos à abstenção após a desqualificação de diversos candidatos moderados ou reformistas.

A participação era o principal desafio para o governo nestas eleições, as primeiras desde os protestos que abalaram o país após a morte da jovem curda Mahsa Amini, em setembro de 2022, presa por supostamente violar o rígido código de vestimenta iraniano.

A principal coalizão de partidos reformistas, a Frente Reformista, anunciou que não participaria de “eleições sem sentido”, depois que vários de seus candidatos foram desqualificados.

Devido a este boicote, o próximo Parlamento estará amplamente sob controle dos partidos conservadores e ultraconservadores, movimentos governistas do presidente Ebrahim Raisi, eleito em 2021.

O número de deputados reformistas ou centristas será de 45, segundo estimativas de jornais moderados. A maioria apoia uma linha rígida sobre os valores da República Islâmica e uma posição firme com os países ocidentais, particularmente os Estados Unidos e Israel, que não mantêm relações diplomáticas com o Irã.

Os iranianos votaram para eleger 290 deputados do Parlamento e 88 membros da Assembleia de Peritos, responsável pela nomeação do guia supremo.

Para 45 das 290 cadeiras será necessário um segundo turno, que será realizado em abril ou maio.

A Assembleia de Peritos, composta por 88 clérigos, também será dominada pelos conservadores. Espera-se que este órgão desempenhe um papel fundamental no processo de nomeação do próximo líder supremo.

pdm-jri/cn/meb/yr