O governo espanhol planeja uma nova análise da oferta hostil do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) pelo banco de menor porte Banco de Sabadell, prolongando a batalha pela aquisição que já dura um ano. O Ministério da Economia, Comércio e Negócios da Espanha informou na terça-feira que a oferta será submetida ao gabinete por razões de interesse geral, além da concorrência, citando o possível impacto do negócio no setor, na coesão territorial e na política social, entre outros motivos.
Um porta-voz do Sabadell afirmou que várias organizações demonstraram interesse nas consequências da transação, mas que o banco permanece focado em seus próprios planos. O BBVA disse ter sido notificado da decisão. O BBVA voltou seu foco para o banco catalão Sabadell em maio do ano passado para reforçar sua presença no mercado doméstico e adotou uma postura hostil ao enfrentar oposição da gestão do Sabadell, o que gerou reação política. Autoridades governamentais e líderes sindicais afirmaram que o negócio prejudicaria a concorrência, o emprego e a inclusão financeira.
A decisão do Ministério da Economia ocorre após o órgão regulador de concorrência da Espanha, CNMC, ter estendido a análise do negócio em novembro, aprovando um conjunto de medidas propostas pelo BBVA, liberando condicionalmente a aquisição.
O gabinete espanhol terá agora um prazo de 30 dias para emitir sua opinião sobre o negócio, disse o ministério.
O Estado não pode impedir a compra de ações do Sabadell pelo BBVA, mas pode bloquear a fusão legal e impor mais condições ao adquirente. O valor inicial do negócio, superior a US$ 12 bilhões, tem variado devido ao componente das ações na oferta, que o vincula ao preço das ações de ambos os bancos.