O governo do Iêmen, reconhecido pela comunidade internacional, assinou nesta terça-feira um acordo para compartilhar o poder com os separatistas e encerrar o conflito no sul do Iêmen, país devastado por uma guerra com várias frentes.
“Este acordo abrirá um novo período de estabilidade no Iêmen”, disse o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman durante a cerimônia de assinatura do pacto, transmitida pela televisão.
“É um dia feliz para a Arábia Saudita, já que os dois lados estão juntos”, acrescentou.
Graças ao acordo, o Conselho de Transição do Sul (STC), separatista, aceitou a volta do governo à cidade de Aden (sul), segundo autoridades e a mídia saudita.
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, parabenizou ambas as partes pelo acordo alcançado que, em sua opinião, estimula os esforços para acabar com a guerra civil que devastou o país.
“A assinatura deste acordo é um passo importante em nossos esforços coletivos para avançar em direção a uma solução pacífica do conflito no Iêmen”, afirmou Griffths em um comunicado.
Os confrontos entre separatistas e forças leais ao governo iemenita, em princípio aliados em sua guerra comum contra os xiitas huthis – que eclodiu em 2014 -, causaram medo de que o país acabasse se desintegrando.
Os separatistas reivindicavam a independência do sul do Iêmen, mas nas últimas semanas, o governo do Iêmen e o Conselho de Transição do Sul (STC) participaram de negociações discretas e com a mediação de Riade na cidade saudita de Jedah (oeste).
Em 25 de outubro, eles chegaram a um acordo que previa formar um governo de 24 ministérios distribuídos “igualmente entre as províncias do norte e do sul do Iêmen”.